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Interdição de half em parque de São Bernardo gera insatisfação

Equipamento para a prática de skate está interditado por pelo menos três meses; Prefeitura se cala sobre reforma

Lays Bento
20/01/2024 | 08:54
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Celso Luiz/DGABC


 A insatisfação com o fechamento de uma das principais pistas do tradicional Parque da Juventude Città Di Maróstica, no Paço de São Bernardo, só cresce. Tanto atletas que representam o Grande ABC nacionalmente, como iniciantes ouvidos pelo Diário, demonstram insatisfação com o fechamento, que já se estende por cerca de três meses, da estrutura Half Pipe, a famosa plataforma de skate em forma de “u”, O equipamento segue sem previsão de retorno e está sem manutenção desde outubro do ano passado.

Reconhecido como um dos maiores espaços de esporte radical da América Latina para a prática de skate e patinação, o complexo recebe mais de 20 mil visitantes por mês, e já revelou grandes nomes regionais a competições do skate pelo mundo, como é o caso dos atletas Raicca Ventura e Sandro Dias (Mineirinho). 

Entretanto, segundo os frequentadores, a notoriedade e os avanços do parque já estavam em perigo desde a demolição da área BMX, voltada ao ciclismo. A atração, mesmo inexistente há dois anos, foi recentemente divulgada na programação de férias oficial da Prefeitura e instigou a manifestação virtual sob outro ícone ausente: o Half Pipe, que até pouco tempo era o único em atividade no Estado de São Paulo. De acordo com esportistas ouvidos pelo Diário, a pista foi fechada após os parafusos que prendem a estrutura se soltarem e provocarem quedas no contato com as rodinhas dos praticantes. 

A reivindicação inicial na internet veio de uma das principais atletas mirins de São Bernardo, Luiza Hiumi. Na publicação de 1º de dezembro há, inclusive, o receio inicial de que o espaço nunca mais retorne à normalidade “devido ao ano eleitoral em que vamos entrar e que pode não deixar mais agir em tais questões”. 

Ela recebeu retorno do prefeito Orlando Morando (PSDB) nas redes sociais, que garantia a manutenção do espaço. Porém, em conversa com o Diário, funcionários do parque que não quiseram se identificar, alegam que até agora ninguém iniciou a manutenção do equipamento. 

Vale destacar ainda que, apesar da ascensão de novos adeptos intensificada pelo enquadramento da modalidade como um esporte olímpico nos Jogos de Tóquio 2020, para parte dos praticantes assíduos do local, a alternativa após a interdição está a 25 km de distância, no Half Pipe coberto do Centro Esportivo Tietê, na Capital. 

Ao que conta a mãe do pequeno Pietro, de 9 anos, Patrícia Astolfi, se antes os atletas contavam apenas com o bom tempo, hoje o fechamento da estrutura são-bernardense sequer deixa margem de escolha e desestimula a atividade. “Lá é a única opção com half mais perto. Só que até isto é relativo, porque nestes dias de chuva, gastei quase duas horas de carro para chegar até lá - o que para quem treina é inviável. Neste dia, para piorar, quando chegamos, acabou a energia e demos viagem perdida”, comenta. 

Já para o pai do atleta Lucca, de 14 anos, Everson Castelo, o maior peso da interdição tem no bolso. Com a frequência do novo deslocamento pelo menos duas vezes na semana, ele acredita que com o tempo, este também possa se tornar um dos principais desgastes para que atletas como o filho alcancem resultados melhores nas competições nacionais. “A gente morava em São Bernardo quando o Lucca começou a conquistar campeonatos. E apesar de agora morar em Santo André, os treinos continuam sendo no mesmo parque. É complicado, porque vemos São Bernardo como um celeiro de novas promessas. Quem anda em pistas altas e treina no half fica mais preparado para as disputas”, destaca o pai.

SEM PERSPECTIVAS

Apesar dos questionamentos de usuários serem frequentes, os funcionários do parque afirmam que já optam por não informar mais prazos para a desinterdição. Questionada sobre quais os investimentos e prazos para que a atração volte ao funcionamento, a Prefeitura de São Bernardo não se manifestou até o fechamento desta reportagem. 

A última mudança significativa no espaço público foi noticiada pelo Diário no final de 2019, quando o parque foi fechado por seis meses para reforma e reaberto após modernização. 




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