Bairros ficaram sem luz a partir do meio da tarde e sem resposta da Enel; em Sto.André, 45 árvores caíram
Uma chuva rápida, porém forte e com ventos entre 70 e 90 Km/h na tarde de ontem afetou novamente o abastecimento de energia na região. A pancada com menos de 30 minutos deixou inúmeros semáforos desligados que ocasionou um caos no trânsito, vias interditadas, fechamento de comércios e carros esmagados por árvores na cidade..
Segundo a Prefeitura de Santo André, os bairros mais afetados foram a Vila Guiomar, Bairro Jardim, Campestre, Bela Vista, Vila Alpina, Vila Assunção, Vila Pires, Parque Capuava, Jardim Ana Maria. Ao todo, mais de 20 semáforos ficaram inativos no município. Foram precisos 25 agentes de trânsito para auxiliar no tráfego para atender às diversas ocorrências, sobretudo as 45 quedas de árvores.
Dez equipes de agentes operacionais da Defesa Civil entraram em ação como medida de contingência nas ruas. O grupo somou esforços com o Corpo de Bombeiros, que atendia simultaneamente duas operações de queda de árvores em cruzamentos da Avenida Dom Pedro II, no Bairro Jardim.
CARROS ESMAGADOS
Na esquina com a Rua das Monções, uma árvore de grande porte cedeu sobre três carros estacionados em uma das unidades da rede McDonald's. Não houve registro de feridos na área, segundo os bombeiros, entretanto, a fatalidade dfoi por um triz de acordo com uma das motoristas afetadas.
Moniza Corraini estava dentro do veículo e enquanto, manobrava de ré, viu os galhos caírem a poucos centímetros do volante sob o próprio capô. Ainda em estado de choque, ela, que é moradora de São Caetano, contou ao Diário que iria justamente trocar o veículo em uma concessionária na Avenida Pereira Barreto, mas parou para lanchar antes da ventania. “Minha sorte veio em segundos. O pessoal até prestou assistência por aqui, mas eu dou graças a Deus pelo seguro.”
O estrago também foi lamentado pelo funcionário público Edson Ferreira, que, para comemorar o primeiro dia de férias no Fórum municipal, veio almoçar com a família, mas teve o carro atingido antes mesmo de fazer o pedido. “Foi muito rápido. Em 5 minutos que entramos, estávamos na fila para pedir e só nos ocorreu o estrondo. Já era tarde demais para tirar o carro dali”, conta.
QUEDA COM INTERDIÇÃO EMINENTE
Além dele, comerciantes se indignaram pela falta de posicionamento da Enel em relação ao tempo de manutenção dos cabeamentos afetados.
“Tem dois anos que trabalho aqui, é sempre igual: chove, acaba qualquer rastro de energia. Não dão sequer satisfação sobre previsão de retorno e assim segue por todo dia”, lamenta a atendente de uma loja de móveis Jennifer Valim, que ressalta a perda de clientes como um dos maiores impactos da inatividade ocasionada.
A menos de 100 metros, funcionários da loja Swift, na Rua Esmeralda, já previam o transtorno. “A gente não sabe dizer sobre a solicitação de poda, mas a gente imaginava. A tempestade só ajudou a cair, porque o contato das folhas com os fios vira e mexe resultava em faísca”, complementam Christopher Oliveira e Gustavo Rocha.
CONECTIVIDADE AFETADA
Quem andava com pressa nas travessas de uma das principais avenidas da cidade por volta das 20h também era o técnico da Vivo Silvio Pelegrini. Sozinho ele compartilhou ao Diário que precisava lidar com pelo menos cinco ocorrências de falta de internet e sinal em pontos distintos do Bairro Jardim. “Cada caso é um dano diferente e precisa de avaliação distinta, não afeta só o rompimento de fibra ótica. Devo sair às 21 horas do meu turno, mas os reparos e normalização devem seguir até o final do dia”, explica.
Em nota, a Enel não respondeu às dúvidas regionais solicitadas pelo Diário, atendo-se apenas à situação que assolou a Capital. Em trecho final de esclarecimento, apenas afirmou que “a distribuidora reforçou as equipes em campo e trabalha para normalizar o fornecimento de energia o mais brevemente possível aos clientes afetados”.
Vale destacar que o cenário de estrago e queda de energia acontece a pouco mais de dois meses do apagão que atingiu toda São Paulo em 3 de novembro do ano passado. Na ocasião, em estimativa da própria Enel, aproximadamente 2,1 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz na Capital e na Região Metropolitana.
Desta vez, na área foram registradas 123 chamados de quedas de árvore, de acordo com as últimas informações do Corpo de Bombeiros até o fechamento desta reportagem.
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