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Vencedor do Desafio quer fazer duas faculdades
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
27/11/2009 | 07:51
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Caio Arruda/DGABC


Desde quando ganhou a bolsa de estudos para a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), na quarta-feira, o estudante Alexandre Agostinho, 17 anos, ainda não conseguiu parar para refletir por qual curso vai optar. Mas já decidiu: inicia a carreira no ano que vem, para não perder tempo.

"Quero fazer arquitetura. Mas como não tem o curso (na USCS, onde ganhou uma bolsa integral), vou optar por algo que seja na área de publicidade. Tenho dois exemplos em casa de pessoas que fizeram duas faculdades", disse o aluno do 3° ano do Ensino Médio do Centro Educacional Sesi 166, em Santo André, vencedor do concurso Desafio de Redação, promovido pelo Diário.

O estudante tem como exemplo a mãe, Martinha Santos Agostinho, que cursou Letras e Pedagogia, e do pai, Ismael Evandro Agostinho, que se formou em Teologia e Filosofia.

Há 15 anos, o pai atua como pastor evangélico na divisa entre São Caetano e Santo André, onde a família mora há três anos em um sobrado do Parque Novo Oratório. "Eu era funcionário público da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Para comprar a primeira casa própria saímos de São Caetano para a Zona Leste da Capital, em 1986, onde ficamos por 20 anos", lembrou o pastor, que se dedica integralmente à religião desde 2004.

Casado há 26 anos com Martinha, ele e a família fundaram, no fim de 2008, a Cires (Cidade Restaurada), uma ONG que, segundo ele, atende atualmente 120 jovens das comunidades das favelas Fazenda da Juta e Elba, com cursos, palestras e atividades culturais gratuitas. "Estamos buscando parcerias para promover a reintegração desses jovens em situação de risco, que se envolvem com o tráfico de drogas", contou Ismael Agostinho.

Alexandre e seu irmão mais novo, Lucca Agostinho, contaram que também se dedicam ao trabalho na ONG. "Sou uma espécie de faz-tudo. Cuido da parte de publicidade mas também vou nas comunidades ajudar", disse o campeão do Desafio.

"Até dá vontade de chorar quando lembro do que passamos para chegar até aqui", disse Martinha Agostinho, professora do Sesi há dez anos.

 

Rapaz conta com apoio especial da mãe orgulhosa

Alexandre Agostinho, autor da melhor redação, conta com um apoio especial em casa. A mãe, Martinha Santos Agostinho, é professora do Ensino Fundamental, no Sesi e sempre encontra tempo para se dedicar à educação dos três filhos. Além de Alexandre, 17 anos, ela cuida de Lucas, 15, e Daniel, 23.

"Até agora não paguei nada para a formação escolar deles. Para o mais velho não tirei um real. Estudou no Sesi, na ETE e na Unicamp", relatou a mãe orgulhosa.

Durante a entrevista concedida na tarde de ontem, no Sesi São Caetano, onde se encontraram com o presidente da Fiesp, Paulo Scaff, ela fazia questão de lembrar dos feitos dos filhos. "O mérito é dele, que também faz curso profissionalizante no Senai e gosta tanto de escrever que já tem um livro pronto no computador desde os 10 anos", destacou Martinha.

O ganhador do Desafio disse que sonha publicar a obra, que é um romance policial. "Quero apresentar para uma editora. Já sei o final, mas o desenvolvimento ainda não está pronto", completou o filho.

Presidentes da Fiesp e do Sesi congratulam e elogiam ganhador

Na tarde de ontem, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaff, e o diretor regional do Sesi Santo André, Sérgio Moretti, cumprimentaram o estudante Alexandre Agostinho, 17 anos, vencedor do concurso Desafio de Redação. O encontro ocorreu na unidade de São Caetano do Sesi.

"A premiação é um incentivo para todos e coroa o esforço de um conjunto de ações. Além do conhecimento escolar, os estudantes têm atividades esportivas e culturais e cuidados na alimentação e saúde, em tempo integral", declarou o presidente da Fiesp, que também participou de uma atividade interna com os estudantes do local.

Já o diretor do Sesi Santo André, ressaltou a excelente atuação do aluno e do fundamental apoio que recebeu de sua família.

"Em primeiro lugar, vem o esforço pessoal do Alexandre e de seus pais. É visível o apoio que eles dão ao filho. Eles vibram juntos. Depois, vem o mérito da metodologia, a aplicação de forma correta pela instituição", avaliou Sérgio Moretti.




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