Quase a totalidade de fumantes associa o cigarro à comida. Segundo estudo do Cratode (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras drogas) do Estado de São Paulo, 95% das pessoas que fumam associam o vício às refeições cotidianas e às escapadas para o tradicional cafezinho. A bebida é a mais lembrada por 71% dos 500 pacientes que participaram da pesquisa. A combinação álcool e cigarro também é forte e aparece em 34% das respostas.

A constatação do que já é observado em consultórios é mais um motivo de alerta. No dia mundial contra o tabaco, celebrado hoje, especialistas reforçam a necessidade da prevenção.

De acordo com o coordenador do ambulatório de combate ao fumo da Faculdade de Medicina do ABC, Adriano César Guazzelli, o índice de sucesso nos tratamentos para parar de fumar é pequeno, por isso é preciso impedir que as pessoas experimentem o primeiro cigarro.

"Apenas 30% das pessoas, em média, conseguem largar o vício e esse número não serve apenas para quem fuma muito. O número de cigarros fumados num dia é importante, mas não define se a pessoa vai ou não conseguir largar", avisa.

O especialista defende adoção de políticas mais eficazes. "O cigarro é barato no Brasil. É preciso aumentar os impostos. Há estudos que mostram que quando se aumenta o preço, diminui o consumo. As fotos nas embalagens também são importantes, principalmente para os não-fumantes, para que não adquiram o hábito", completa.

O coordenador do programa municipal de oncologia de São Caetano, Valter de Oliveira Filho, confirma a importância de campanhas nacionais. "Temos de motivar as pessoas a largarem o vício. Este é o principal objetivo, criar a consciência de que vale a pena parar de fumar", afirma. A partir de hoje, os hospitais municipais da cidade iniciam uma coleta simbólica de cigarros.

Na região, o atendimento a fumantes é feito pelas prefeituras nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial).