Desde fevereiro, 13 barracos localizados em terreno no fim da Rua Beethoven, no Jardim Arco-Íris, em Diadema, às margens do Km 17 da Rodovia dos Imigrantes, foram desapropriados pela Prefeitura por estar em área de risco. As moradias ficaram avariadas após enchente no início do ano, além de estar localizadas sobre redes de drenagem e esgoto. Há três semanas, as habitações foram derrubadas, mas os entulhos não são recolhidos.

"As casas estavam virando abrigo para viciados e pedimos para a Prefeitura derrubar. Só que ela deixou os restos dos barracos. Agora o terreno está cheio de bichos e lixo acumulado", disse Aline Magno Sales, 25 anos, representante do Jardim Arco-Íris.

Por causa da sujeira e do entulho, a auxiliar de embalagem Viviane Guarnieri disse que encontrou uma cobra dentro de casa. "Sem contar o número de ratos, baratas, aranhas e insetos que aparecem. A gente tem criança pequena e precisa ficar vigiando o tempo todo porque está perigoso."

Segundo Aline, a administração municipal disse que o terreno é de propriedade da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, que seria a responsável pela limpeza.

Os moradores afirmam que se o problema não for resolvido, planejam fechar a Imigrantes. "Vamos arrumar umas 50 pessoas e tentar fazer isso. Quem sabe é um jeito de chamar a atenção", afirmou a representante.

A Prefeitura informou que na época em que iniciou a desocupação dos barracos, em janeiro, foi encaminhado ofício para a Ecovias solicitando a demolição e a retirada do entulho, uma vez que o protocolo de intenções celebrado entre administração municipal, CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e concessionária, assinado em junho de 2011, aponta a recuperação das áreas desocupadas como responsabilidade da Ecovias.

A concessionária, por sua vez, afirmou que iniciou os serviços de limpeza e, por causa da dificuldade para retirada dos entulhos, a previsão é que os trabalhos sejam concluídos até o dia 15. Parte do material é recolhido por máquinas, que precisam retornar até os caminhões para descartar o volume, e outra parte deverá ser retirada manualmente.

Já a remoção das famílias que vivem em 11 áreas de faixa de domínio da Ecovias e a inclusão em programas de moradia devem ser feitas pela Prefeitura e CDHU.