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'A Ossel hoje entrega para as pessoas conforto e assistência’
Da Redação
Do Diário do Grande ABC
28/05/2023 | 00:18
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Celso Luiz/DGABC


O ano era 1998. O empresário Cesar Marchetti, à epoca com 22 anos (hoje tem 47), saiu de Sorocaba para chegar a Santo André sem conhecer ninguém, mas com um sonho na cabeça: trazer para a região o conceito de plano funerário, que não existia por aqui. Hoje, ele celebra os 25 anos de sucesso da Ossel no Grande ABC. A empresa, que foi fundada em 1987 em Sorocaba pelo pai de Cesar, Arany Marchetti (que morreu em 2019), se tornou exemplo de pioneirismo e de cuidado. Tanto é que recentemente a marca foi reposicionada para ‘Ossel Assistência’, já que o principal compromisso hoje é dar acolhimento, conforto e garantir o bem-estar das pessoas. Nesse sentido, a empresa, que investe muito em esporte, promove hoje a quarta edição da Ossel Run, corrida de rua que vai reunir 2.700 atletas em Santo André. O presidente do grupo Ossel também falou do futuro da companhia e ainda contou sobre sua paixão por vinhos, que fez com que ele abrisse, há um ano, o restaurante Mont Cristo Wine & Bar.

A Ossel completou no início deste mês 25 anos de Santo André. O que vem à mente quando o senhor lembra dessa jornada?

Vem muita emoção, de lembrar que há 25 anos eu saí de Sorocaba e vim para Santo André sem conhecer nada ou ninguém. Aqui não existia nenhum tipo de plano funerário. Montei um escritório muito simples, com móveis usados, uma perua Kombi e com o sonho de transformar a Ossel no Grande ABC no mesmo nome que ela se transformou em Sorocaba, onde foi criada, em 1987, há 36 anos, pelo meu pai, Arany. É emocionante você olhar para trás e lembrar da época em que fazíamos anúncio em jornal para chamar as pessoas a trabalhareem algo que elas não sabiam o que era. O vendedor nem sabia explicar direito, porque não existia o conceito de produto. E a gente introduziu esse conceito no Grande ABC. Se hoje existem outros planos, surgiram depois da gente.

Por que Santo André para expandir a empresa?

Até hoje, no Brasil, a maioria das cidades grandes tinha empresa de plano funerário. Mas a região e a Capital não tinham, porque tinha funerária municipal. Se você vende em um lugar que a Prefeitura toma conta, você não consegue fazer o funeral do jeito que quer, com a qualidade necessária. Naquela época, a gente fez uma pesquisa de mercado e ninguém no Grande ABC sabia o que era plano funerário. Mas tinha aceitação, com uma demanda reprimida. A Ossel nasceu com o meu pai, há 36 anos, com o objetivo de dar conforto às famílias enlutadas para que não passassem por problemas financeiros na hora. Começou em bairros mais simples, na região de Sorocaba. Esse é o conceito. Dar esse conforto na hora necessária, por um valor por mês que as pessoas mais carentes consigam arcar.

Qual a diferença deste conceito, em 1995, e hoje? Mudou muito?

Hoje o público está mais exigente. Ele não compra preço, ele compra valor. Não havia tanta opção de compra. E hoje a empresa trabalha mais com assistência e conforto e é uma das maiores marcas do setor. Isso dá a confiança que a pessoa precisa. 

Hoje a palavra, então, é assistência?

Sim. Porque abrimos um guarda-chuvas com mais produtos. Tem empréstimo de cadeira, teremos nos próximos meses telemedicina, plano pet, seguro de vida. Tem mais produtos além do funeral. A gente está montando um projeto para o futuro, para a marca suportar os próximos 25 anos e seguir crescendo. Hoje a pessoa compra acolhimento e a Ossel entrega muito mais.

A pandemia da Covid-19 foi o momento mais desafiador para a Ossel?

Mais do que isso. Foi um filme de terror. Hoje vendo, além do plano, outros serviços para o funeral. E quando as pessoas não podiam realizar velório e os enterros eram realizados direto, afetou a receita. Dobrou o serviço e caiu o faturamento. Foi um momento muito difícil. E durante meses muitos funcionários queriam morar na empresa, ficar na sala de descanso, para não correr risco de contaminar familiares. E eu não deixei de trabalhar nem um dia. Era importante que a liderança estivesse na linha de frente também nesse momento. O capitão do barco tem que estar junto. 

Como foi o momento em que a empresa passou a cuidar também da saúde e do bem-estar das pessoas?

Para a empresa não ficar só na questão da morte. Muita gente não gosta de falar no assunto. A pessoa não compra o plano funerário para morrer, assim como a pessoa não compra o seguro do carro para bater ou ser roubado. É precaução. Se acontecer, está ali. Queria mudar o conceito de a Ossel só ser lembrada no momento da morte. Aí ocorreu o reposicionamento da marca para ''''assistência''''. E estamos quebrando esse tabu. Estamos muito associados ao esporte também.

Nesse conceito de bem-estar que está inserido a Ossel Run, corrida que será realizada hoje em Santo André?

Sim. Essa será a nossa quarta edição. Fizemos em 2018, 2019 e voltamos no ano passado. O primeiro foi bem simples e tive de doar a maior parte das inscrições. Muitas assessorias esportivas não queriam associar seus nomes à funerária. Hoje é um grande evento em Santo André. Durante 20 anos eu corri, sempre gostei muito. E eu trouxe essa ideia para dentro da empresa.

E a presença da Ossel no futebol?

Meu pai sempre foi um apaixonado por futebol e torcia para o São Bento. Começamos a patrocinar o time de Sorocaba há uns dez anos, quando estava na terceira divisão. Quando a Ossel começou, em 1987, meu tio, Fernando Martins, era sócio do meu pai e também era presidente do São Bento. E, para ajudar o clube e a cidade, meu pai reuniu um grupo de empresários para apoiar o futebol. E recentemente a gente entrou no EC Santo André. Investir no esporte sempre foi um caminho para a empresa conseguir devolver para a sociedade o que sempre recebeu. E depois que meu pai morreu a gente criou o Instituto Arany Marchetti, para ajudar as pessoas. Este ano vamos realizar uma festa com o objetivo de arrecadar R$ 1 milhão para ações sociais.

Em que momento o senhor passou a atuar na empresa?

Eu entrei com 14 anos, quando a Ossel tinha dois anos de funcionamento e fui atender cliente no balcão. Com 17 anos, era diretor de vendas e montei uma equipe própria. Meu pai me deu liberdade para trabalhar. Quando passamos a ter funerária, eu passei a cuidar desta parte também. Eu casei em julho de 1997 e em janeiro de 1998 eu vim para Santo André, comecei a procurar lugar, montar estrutura e em 5 de maio abrimos a Ossel na cidade.

Outra data importante para seu grupo em maio é a comemoração de um ano do restaurante Mont Cristo Wine & Bar, em Santo André, voltado principalmente para os amantes de vinho. Qual foi sua ideia quando decidiu montar o espaço?

A ideia começou a surgir quando a gente viajava para a Itália e queríamos tomar uma taça de vinho no meio da tarde, que não tem no Grande ABC. Você ter várias escolhas e poder experimentar. Há 15 anos comecei a tomar vinho e não tinha condições financeiras. Eu sonhava em tomar grandes marcas de vinho, só que para comprar uma garrafa às vezes é muito caro. E se eu não gostar? Então eu queria usar para mim esse conceito e entendia que poderia servir para muita gente. Queria montar um lugar para a pessoa não ter hora para entrar para comer, não ser obrigada a comprar um prato de comida nem comprar uma garrafa de vinho. O restaurante abre 11h, 11h30 e fecha 1h da manhã. Qualquer horário o cliente pode entrar, tomar uma taça, ou até 30 ml, e pede uma bruschetta, um carpaccio e vai embora. Eu nunca gostei de chegar em um restaurante e ver preços exorbitantes no vinho. O nosso é preço de importadora. A regra nossa, em todas as nossas empresas, é a exceção. A gente sempre vai fazer o que tiver que fazer para atender o cliente. Além disso, nosso conceito democratiza o consumo do vinho, já que, com a taça e não a garrafa na mesa, ninguém fica olhando o rótulo.

Qual é o seu planejamento para o futuro da Ossel?

A gente está criando uma onda de futuro. Não existe norte. A gente vai lançar ainda neste ano serviços ainda mais modernos, com inovação, como projeção holográfica na sala e imersão 360 graus, tanto em Sorocaba quanto em São Caetano. Vamos seguir sendo pioneiros. A gente faz algo que é disruptivo. A pessoa não vai acompanhar um funeral, vai acompanhar uma celebração. Em 2018 e 2019 recebemos o prêmio na Europa como a melhor empresa do mundo do setor em humanização. Vamos seguir trabalhando muito nas nossas empresas do grupo e seguir cuidando das pessoas, dando conforto e assistência.




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