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EMTU vai testar filtros em ônibus
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
21/09/2006 | 22:34
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Ônibus movidos a diesel da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes) que circulam na Região Metropolitana de São Paulo terão filtros acoplados ao escapamento. Os didispositivos farão parte de um teste para medir a diminuição de poluentes liberados pelos ônibus. Os equipamentos devem ser instalados nos veículos em 2007. A nova tecnologia já é usada em países como o Chile, Equador, Costa Rica, Estados Unidos e em alguns países da Europa.

O protocolo de intenções para o estudo, com duração de 48 meses, foi assinado quinta-feira por representantes da EMTU, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e a Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos de Controle de Emissões Veiculares da América do Sul).

O documento assinado não estipula prazos para que as empresas instalem os equipamentos, chamados retrofit, nem limites para a emissão de poluentes. “Primeiro faremos os testes. Os limites serão tirados desses estudos, pois o objetivo é identificar e escolher qual o produto que oferece maior efetividade na redução dos poluentes”, explicou o gerente de Operação e Regulamentação da Cetesb, Daniel Egon Schmidt.

A Afeevas será responsável por fornecer os filtros disponíveis hoje no mercado – cinco no total –, a EMTU disponibiliza os veículos para os testes e a Cetesb avalia a eficácia dos filtros.

De acordo com o gerente de Desenvolvimento da EMTU, Márcio Schettino, os aparelhos serão avaliados em laboratório a partir do mês que vem. Depois será avaliada a durabilidade dos filtros, com os mesmos já instalados nos veículos. “Ainda vamos montar um cronograma com as empresas (fornecedoras dos filtros)”, disse.

A previsão é de que os primeiros resultados em laboratório saiam entre o final do ano e início de 2007. Os retrofits serão testados nos ônibus por pelo menos um ano. “Sabemos que os filtros duram cerca de 100 mil quilômetros sem a necessidade de troca ou manutenção. Mas vamos testá-los ao longo desse período para nos certificarmos disso”, afirma Schettino.

Concluído o estudo e se comprovada a eficácia, será recomendado às empresas que passem a usá-los nos veículos mais antigos em circulação. Os ônibus novos já saem da fábrica com catalisadores antipoluentes.

Segundo o diretor-presidente da Afeevas, Roberto Pereira, o grau de redução dos poluentes vai depender do estado de cada veículo. “Se é um veículo muito velho, reduz até 40%. Nos mais novos chega a 90%”, garante. A idade média da frota dos ônibus que circulam na Região Metropolitana é de seis anos.

Ainda de acordo com o diretor da Afeevas, os filtros custam entre US$ 1 mil a US$ 8 mil. “Não é um investimento sem retorno. A redução dos poluentes permitirá que no futuro os governos gastem menos em saúde pública”, avalia, para depois citar estudo da Faculdade de Medicina da USP que aponta que morrem todos os anos em São Paulo em média 10 pessoas vítimas dos poluentes emitidos por veículos, como monóxido de carbono e hidrocarbonetos.



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