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O desenvolvimento que merecemos
Fernando Valente Pimentel
14/03/2023 | 06:03
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No novo governo, é fundamental, sem amarras ideológicas, considerar o que deu certo e está apresentando resultados na trilha do desenvolvimento e as políticas públicas e medidas necessárias para corrigir erros históricos e promover avanços. A Nação aspira a um crescimento sustentado e sustentável de no mínimo 3,5% ao ano, para sair, nas próximas duas décadas, da armadilha da renda média.

Há projetos no Congresso que sinalizam direções . É fundamental priorizar o aumento da produtividade, melhoria da infraestrutura e redução do custo Brasil. Operar aqui implica ônus adicionais de R$ 1,5 trilhão por ano em relação aos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Algo que tem promovido ganhos de produtividade é a digitalização dos serviços públicos.

As reformas tributária e administrativa são cruciais para termos Estado mais eficiente e corrigir desequilíbrios na arrecadação de impostos que conspiram contra os investimentos e a economia. Para o êxito das metas de desenvolvimento, é decisivo o resgate da indústria, crucial como geradora de tecnologia e inovação, empregos em escala e de qualidade, agregação de valor às matérias-primas e exportações e mais protagonismo global. Sem a manufatura e suas externalidades, não teremos crescimento expressivo do PIB.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, representante de um setor empregador de quase 1,5 milhão de pessoas diretamente, dos quais 75% são mulheres, havia encaminhado aos candidatos à Presidência sua “Agenda para o Desenvolvimento”. As principais sugestões dizem respeito à questão fiscal e tributária, combate à corrupção, à pirataria e ao contrabando, segurança pública, investimentos em saúde e educação, redução dos custos para investimentos e fomento da manufatura.

Os desafios são muitos. Por isso, é preciso coesão em torno dos interesses maiores da população e do País. As autoridades dos três poderes, nos níveis federal, estaduais e municipais, têm responsabilidade nesse processo. Um bom exemplo nesse exercício da democracia é a independência do Banco Central, que consideramos um avanço. Pela primeira vez em nossa história, a instituição é dirigida por alguém não nomeado pelo presidente da República no exercício do cargo. É importante que as políticas fiscal/monetária e econômica, embora autônomas, tenham coerência, para termos taxas de juros que viabilizem os investimentos produtivos, manter a inflação sob controle e contribuir para o fomento do PIB.

O Brasil tem plenas condições para crescer em grau mais elevado e seguir com força rumo ao desenvolvimento. Temos relevantes diferenciais, como mercado amplo, população ativa e trabalhadora, empresários resilientes e capazes, setores de atividade bem-estruturados, recursos naturais abundantes e grande potencial para sermos protagonistas na economia verde. Cabe-nos construir o País que queremos e merecemos!

Fernando Valente Pimentel é presidente emérito e diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). 




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