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Excesso de veículos? Não só
Do Diário do Grande ABC
28/12/2022 | 08:30
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Setecentos e trinta e sete mil veículos devem passar pelas rodovias do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) que cortam o Grande ABC no feriadão de Ano-Novo. A estimativa é da Ecovias, concessionária que administra as estradas. É certo que o alto fluxo de automóveis colabora para os congestionamentos que vêm sendo registrados desde os dias que antecederam o Natal, domingo passado. Mas não é apenas ao excesso de tráfego que se deve atribuir os percalços. Estão faltando investimentos em projetos e programas que auxiliem a fluidez. Tão ágil e eficiente na luta pelo reajuste das tarifas de pedágio, algo de que é ciosa, a companhia demonstra lentidão e apatia no momento em que se começa a falar em maneiras de melhorar as condições de trânsito das vias.

Para ilustrar a súbita mudança de comportamento da Ecovias, a depender da situação, tome-se como exemplo recente reportagem publicada por este jornal. Dias depois de noticiar que a concessionária havia ido à Justiça para reclamar da demora do governador Rodrigo Garcia (PSDB) em autorizar o aumento na tarifa, o Diário trouxe denúncia de que a empresa retarda em cinco anos a execução de projeto para desafogar o trânsito no trecho compreendido entre os quilômetros 27 e 29 da Anchieta, na altura do Riacho Grande, distrito de São Bernardo.

É evidente que a concessionária tem todo o direito de cobrar pedágio pelo serviço que presta. O Brasil é um país capitalista, que tem na livre-iniciativa um dos pilares de sua existência democrática. O que se questiona aqui neste espaço não é isso, mas a falta de contrapartidas suficientes para assegurar que as rodovias Anchieta e Imigrantes sigam como exemplos de eficiência e segurança, destacando-se na malha rodoviária nacional.

Do jeito que as coisas andam, não vai demorar para que a fluidez entre em colapso. Os congestionamentos nas duas rodovias têm se intensificado. Ao mesmo tempo, ambas as estradas deixaram de ser símbolos de segurança. Acidentes, furtos e roubos são relatados com assustadora frequência pelos usuários.

Os motoristas não deveriam passar por tantos perrengues ao circular pelas rodovias que cobram, em valores absolutos, o maior pedágio do Brasil ­ um pouco antes dos feriadões, a Ecovias aumentou o preço da tarifa em quase 12%, de R$ 30,20 para R$ 33,80. Já passou da hora de a concessionária fazer os investimentos necessários para reduzir os transtornos aos seus usuários. Eles estão pagando muito caro para ficarem parados.




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