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Moradores do Riacho Grande ficam 'ilhados' por conta do trânsito

Alto fluxo de veículos aos fins de semana e feriados bloqueia entrada e saída do distrito e provoca insegurança viária; situação é alvo de inquérito no MP

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
19/12/2022 | 08:33
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Banco de Dados/DGABC


Imagina não conseguir chegar em casa em plena sexta-feira à noite após um longo dia de trabalho? Este é o tipo de situação que moradores do Riacho Grande, em São Bernardo, enfrentam há pelo menos seis anos devido ao intenso congestionamento que bloqueia as vias de acesso ao subdistrito.

"Além dos moradores que ficam praticamente ''ilhados'', sem conseguir sair ou entrar nos bairros, o turismo e os comerciantes também são prejudicados, porque muitas pessoas não conseguem chegar até o Riacho e quando chegam alegam que não querem mais voltar por conta da demora no trânsito. Muitos até desistem", relata a moradora e presidente do Conseg Riacho Grande (Conselho Comunitário de Segurança), Adriana Masana, 53 anos.

A ausência de alternativas para desafogar o trânsito na via marginal da Rodovia Anchieta, do km 27 ao 29, também impacta na segurança viária do local, onde são registrados diversas colisões traseiras nos veículos, por conta da falta de um acostamento na via.

Em janeiro de 2018, o MP (Ministério Público) instaurou inquérito civil contra a Prefeitura de São Bernardo e a Ecovias, responsável pela administração do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), para apurar as condições de segurança do acesso de veículos aos bairros Areião e Vila Balneária, localizados no km 28 da Anchieta.

O inquérito cita que seja apresentado um projeto para execução de intervenções no local, afim de sanar o problema. Porém, segundo o despacho do MP, o Paço são-bernardense alegou que "não possui estudos ou projetos que contemplam o acesso ao assentamento precário conhecido como Areião/Sabesp", e que "os acessos tratados neste procedimento estão no limite à Rodovia Anchieta, sob concessão da empresa Ecovias."

Em justificativa, a concessionária informou que o acesso é de responsabilidade da Prefeitura, mas que durante reunião propôs a elaboração de projeto e ressaltou que a obrigatoriedade de execução é do município.

Até a última tramitação do inquérito, em novembro deste ano, a administração de São Bernardo não havia enviado o projeto (elaborado pela Ecovias) para análise da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). Devido ao atraso da Prefeitura, o MP prorrogou por mais um ano o inquérito, que completará quatro anos em janeiro próximo.

Questionada, a Ecovias afirmou que o projeto já está em análise pelo órgão estadual e, que em seguida, será devolvido para concessionária e na sequência será encaminhada à Prefeitura. A administração são-bernardense não respondeu aos questionamentos do Diário sobre quando o projeto foi enviado e nem qual tipo de obra será executada para solucionar o problema. Até o momento, não há previsão para início das interdições.

ALTERNATIVAS

Ivar José de Souza, 65, morador do Riacho Grande, relembra a utilização de uma saída alternativa no km 31 para acesso aos bairros, que foi fechado em 2011 pela Ecovias "por se tratar de acesso irregular de acordo com os critérios técnicos do DER-SP (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado), que comprometia a segurança de motoristas e moradores".

"Em 2012, a Prefeitura assumiu o compromisso para reabrir o acesso. Quatro anos depois, a administração colocou uma placa sobre o início das obras, fez uma movimentação de terra, e foi só isso, nunca mais nenhuma equipe voltou ao local", disse Souza.

A Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo informou que a obra citada foi paralisada durante a gestão anterior e que a atual administração trabalha para abrir nova licitação em 2023.

EXPERIMENTAL

Na quinta-feira (15), a administração são-bernardense instalou um semáforo ''inteligente'' na entrada do Riacho Grande. O equipamento, que funciona por meio de sensor no solo e faz a detecção dos veículos, altera os tempos semafóricos, evitando assim a formação de filas e diminuindo o tempo de espera. "O objetivo é melhorar o fluxo de veículos na região, haja vista que o local recebe grande quantidade de visitantes no verão. Nesse período, o local contará com a presença de agentes de trânsito", prometeu o Paço.




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