Longas filas, escadas rolantes sem funcionar, empurra-empurra e reclamações. A maioria dos passageiros que precisou usar os trens da Linha-10 Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na manhã desta quarta-feira (12) reinvindicava por informações, apesar de a CPTM ter fixado alguns cartazes e soltado avisos sonoros esporádicos dentro dos trens sobre o fechamento das estações São Caetano, Santo André, Utinga e Prefeito Saladino.
A circulação dos trens nestas estações está suspensa neste feriado para obras de acessibilidade, manutenção, revitalização e melhorias na região, segundo a CPTM. Os passageiros eram redirecionados a pegarem os ônibus do Sistema PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) gratuitamente e com paradas obrigatórias nas estações Tamanduateí, São Caetano, Utinga, Prefeito Saladino e Santo André.
O gerente comercial Marcos Soares, de 57 anos, disse que ficou surpreso e meio perdido ao chegar na estação. Ele saiu do Itaim Paulista, em São Paulo, e seguia para Santo André. "Sai de casa 7h e agora tenho que esperar a boa vontade dos ônibus. Péssimo o atendimento, porque vim sentado no trem e não ouvi nada, não tinha aviso, placa, nada", disse.
O barman Raimundo Nonato, 42, saiu da Freguesia do Ó, em São Paulo, e ia para São Caetano. "Estou indo ao trabalho e vou chegar atrasado, com certeza. Problema maior é que são poucos ônibus para esse tanto de gente. Olha a fila."
A reportagem fez o trajeto entre a estação Luz, em São Paulo, até Santo André e constatou atraso de pouco mais de uma hora, cartazes apenas na transferência do trem para o ônibus e apenas um aviso sonoro no percurso. A fila e as reclamações se espalhavam entre as pessoas ao mesmo tempo em que se ajudavam.
Muitas até tentavam compreender, mas se diziam indignadas por não fazerem as obras no período noturno como o funileiro Edson Nunes, 43. "Não tinha ideia sobre a situação que estava a estação, ninguém informa nada. Quem fica olhando rede social? Tem gente aqui que nem sabe ler, dirá olhar celular. Deveriam fazer essas obras no perído da noite, quando o trem fica parado", sugere.
O aposentado Eduardo José Ferreira, 74, trabalhou à noite toda como segurança no Riacho Grande e voltava para casa, em Mauá, por volta das 8h30 desta quarta. Ele estava indignado com a demora e a falta de informações. "Quem está lá em cima não pensa em quem trabalha e pega o transporte público, sem falar nos deficientes físicos e visuais, porque não respeitam ninguém. É uma falta de responsabilidade e consideração com o povo." Ele diz que já trabalhou como mecânico de trens e acredita que não justifica todo esse transtorno, porque as obras são nas plataformas e não nas linhas.
A suspensão das paradas segue até a meia-noite desta quarta-feira (12). A CPTM reforçou, por meio de nota, que informou aos passageiros sobre a suspensão do serviço com avisos sonoros nos trens e estações, assim como em suas redes sociais, site e aplicativo da companhia, além de divulgação à mídia pela assessoria de imprensa. Além disso, conforme diz a nota, colaboradores da CPTM estão à disposição para o esclarecimento de dúvidas, assim como a Central de Relacionamento no 0800 055 0121.