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SBC: sem água, saída é recorrer à represa
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
26/04/2004 | 20:44
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Foram cinco dias carregando baldes e mais baldes de água retirada da Billings. Os moradores do Jardim Las Palmas, em São Bernardo, pelo menos até a tarde desta segunda, recorriam à represa e aos mercados da região para conseguir água. Desde quinta-feira, o abastecimento foi interrompido, e, segundo quem mora nos arredores, sem nenhuma explicação por parte da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que em janeiro passou a ser responsável pelo sistema de saneamento básico na cidade.

No início da tarde desta segunda, algumas casas voltaram a ter as caixas abastecidas, mas da torneira só saía mesmo o que chamam de fiozinho de água. Segundo a Sabesp, até a madrugada desta terça a situação já estaria normalizada.

Além do Jardim Las Palmas, bairros vizinhos, como Orquídeas, Alvarenga, Parque das Garças e dos Químicos sofreram com o abastecimento irregular na última semana. Alguns pontos ficaram totalmente sem água.

A Sabesp informou, em nota assinada pelo superintendente da Unidade de Negócio Sul, da qual o Grande ABC faz parte, que a empresa desenvolve estudos para melhorar o abastecimento da região cortada pela estrada dos Alvarenga, em São Bernardo. A área é abastecida pelo reservatório Batistini, “que atende bairros de topografia elevada e que tiveram um crescimento rápido e desordenado nos últimos anos”.

De acordo com a nota, a Sabesp pretende construir o que chama de Derivação Demarchi, que deve operar a partir do segundo semestre e assim melhorar o abastecimento. E que a falta de água no Las Palmas e adjacências foi causada por uma falha hidráulica na válvula redutora de pressão, localizada na avenida Poney Clube.

A moradora do Las Palmas, Áurea de Jesus Coelho, paga em média R$ 20 por mês na conta de água e esgoto. Só nos últimos cinco dias, gastou a mesma quantia na compra de galões de água para poder cozinhar. “Além do dinheiro, perdi a conta de quantas vezes subi e desci a ladeira com baldes de água que fui pegar na Billings, para jogar no banheiro.”

O presidente da Sociedade Amigos do Jardim Las Palmas, Oliveira Pinheiro, disse que procurou a Sabesp durante todo o fim de semana para saber os motivos da interrupção do abastecimento. “Fui mal-atendido. Num dia, me disseram que havia água na rua, parecia conversa de louco. Só depois disseram que era problema no cano. E sempre diziam: “À noite volta. Ficamos sem ter a quem recorrer”, protestou.




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