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Santo André e São Bernardo estão entre as 20 cidades do Brasil na coleta de esgoto

Levantamento analisou os 100 municípios mais populosos do País e levou em consideração moradores atendidos

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
23/03/2022 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Duas cidades do Grande ABC, Santo André e São Bernardo, aparecem entre as 20 mais bem colocadas do País no ranking de coleta de esgoto, que avalia a porcentagem da população total do município que é atendida pelo serviço, nas áreas urbana e rural. O levantamento é do Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, que avalia a coleta nos 100 maiores municípios brasileiros, com base nos dados do ano de 2020, e busca mostrar quais são os desafios que o Brasil ainda enfrenta para cumprir com os compromissos nacionais e internacionais em água tratada, coleta e tratamento de esgoto. 

Entre os municípios da região, São Bernardo é o mais bem posicionado, na 15ª colocação, com total de 98,27% da população atendida com o serviço de coleta de esgoto. Santo André figura em 20ª, com 97,89% de atendimento do serviço. Mesmo não aparecendo nas primeiras posições, a coleta de esgoto em Diadema (93,89%) e Mauá (92,89%) também pode ser considerada universalizada, conforme destaca o relatório, com base no Novo Marco Legal do Saneamento Básico, atualizado em 2020, que define que o índice de coleta superior ou igual a 90% já pode ser considerado adequado. 

O gestor ambiental da VSA Soluções Ambientais, Ricardo Agostinho, alerta sobre a importância da universalização do serviço de coleta para saúde da população. “Universalizar a coleta de esgoto significa tornar algo comum a muitas pessoas, esse termo está relacionado ao exercício da cidadania. Ter acesso à água potável devidamente tratada e a um serviço de coleta e tratamento de esgoto eficiente não está ao alcance de muitos brasileiros. A ausência de saneamento básico é responsável pelo Brasil conviver com doenças que poderiam ser perfeitamente erradicadas, como leptospirose e cólera”, pontua o especialista.

Sócio da GO Associados, uma das empresas responsáveis pelo estudo, Gesner Oliveira ressalta que as mudanças na lei de saneamento ao longo dos anos podem ter aumentado os investimentos do poder público. “Em 2020, foi sancionado o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, importante passo no sentido de promover investimentos no setor e, consequentemente, direcionar o País à universalização. Contudo, 2020 também foi o primeiro ano da pandemia no Brasil, fato que escancarou a lentidão com que avançam os principais indicadores de saneamento básico”, pontuou Oliveira. 

No ranking geral, que analisa outros indicadores, como abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e considera apenas os municípios brasileiros com maior população, Santo André lidera a lista na região, na 32ª posição – recentemente a cidade finalizou a obra do Complexo Cassaquera, que contemplou a canalização de trecho de 1,7 quilômetro do córrego, proporcionando a melhora do escoamento de águas superficiais e a diminuição de possíveis enchentes na região. Na sequência aparecem Diadema (40ª), Mauá (48ª) e São Bernardo (49ª) – veja o ranking abaixo.


ÁGUA POTÁVEL

Segundo o levantamento, três cidades do Grande ABC, Santo André, São Bernardo e Diadema, que contam com o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), fornecem água potável para 100% da sua população. Mauá, onde a água é fornecida pela Sabesp e o esgoto, coletado e tratado pela empresa BRK Ambiental, 98% da população tem acesso à água tratada. 

Prefeitos ressaltam investimentos no setor de saneamento básico

Os resultados obtidos pelos municípios de Santo André e São Bernardo no levantamento da Trata Brasil foram celebrados pelos seus respectivos gestores. O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) celebrou a melhora de desempenho ao longo dos anos. Nesta edição do levantamento, o município subiu 18 posições em comparação com 2017, quando a cidade ocupava o 50º lugar. 

“O salto no ranking, que avalia os serviços de abastecimento e saneamento, se deve ao trabalho de modernização da rede, que pôs fim ao problema crônico de falta d’água em alguns bairros, eliminando os caminhões-pipa. Além disso, a ampliação no tratamento de esgoto, que saltou de cerca de 40% para mais de 65%. Dignidade e qualidade de vida chegando para as famílias de Santo André e que chancelam este reconhecimento que a cidade recebe, com a boa avaliação. Um trabalho permanente de melhorias e investimentos”, pontuou o chefe do Executivo andreense.

Já Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo, acredita que o programa Pró-Billings, que busca diminuir o despejo de rejeitos no reservatório, contribui de maneira significativa para o setor de saneamento da cidade. “Os resultados do levantamento refletem o forte investimento que está sendo realizado no saneamento de São Bernardo. Na cidade, o serviço de fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e os projetos de saneamento ambiental são executados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que detém a concessão dos serviços. Tivemos avanços muito importantes nestes setores, sobretudo, a partir de 2017, quando demos início ao programa Pró-Billings. Trata-se de um plano ambicioso, que tem ajudado a reduzir de forma drástica a quantidade de materiais despejados na Billings, beneficiando cerca de 250 mil moradores”, esclareceu Orlando. 

O prefeito de São Bernardo destacou ainda o aporte realizado na cidade. “Paralelamente a isso, conquistamos o maior investimento da Sabesp para a Região Metropolitana de São Paulo, com o anúncio de um aporte de R$ 1,7 bilhão em 40 anos, o que nos dá a projeção de que vamos avançar muito mais nos próximos anos no quesito de saneamento básico”, finalizou o gestor são-bernardense




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