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A estupidez humana em sua forma mais engraçada
Carla Navarrete
Do Diário OnLine
05/09/2007 | 14:30
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No dia 12 de abril de 2004, em Blerick, na Holanda, um rapaz tenta se mostrar aos amigos saltando de um carro a 32 km/h. Ele achava que conseguiria correr atrás do veículo, pular para dentro e voltar a dirigi-lo, mas bateu a cabeça no asfalto e morreu. Meses antes, em Nova York, uma mulher decide recuperar seu telefone celular nos trilhos do metrô, momentos antes do trem se aproximar da estação.

Foi por causa de histórias como essas sobre “mentes brilhantes” que a bióloga molecular americana Wendy Northcutt decidiu criar, em 1993, os “Darwin Awards”. Inspirado no pai da teoria da evolução, Charles Darwin, o prêmio é “concedido” às pessoas que ajudam a melhorar a espécie humana encerrando sua participação nela.

”Meu primo Ian me enviou por e-mail a história de um dos premiados, e aquele olhar irônico sobre a evolução humana mexeu com a minha veia científico-humorista. Eu queria, eu ‘precisava’ descobrir mais histórias assim!”, conta Wendy em seu livro “Darwin Arwards – Os Campeões da Idiotice”, lançado pela editora Matrix no Brasil (272 páginas – preço médio R$ 34).

Foi assim que a bióloga criou o site www.darwinawards.com, que hoje conta com mais de 700 casos com desfechos desastrosos. Na página, em inglês, os internautas lêem as histórias sobre as mortes mais estúpidas já noticiadas e escolhem suas favoritas.

A mais votada no ano passado, por exemplo, é sobre um homem de 60 anos na Inglaterra que, por não conseguir largar o vício no cigarro, acabou morrendo queimado. Internado em um hospital para curar uma doença de pele, Phillip teve o corpo untado por um creme cuja substância principal era parafina. Seu médico o aconselhou a não fumar, pois o remédio era inflamável, mas ele não resistiu e ... o resto já se pode imaginar.

Vencedor brasileiro – O Brasil, inclusive, aparece nos “Darwin Awards” com o “vencedor” da premiação em 2003. O caso mais votado naquele ano foi o de um homem chamado Manoel, cujo trabalho era limpar reservatórios de caminhões-tanque. Mas ele aparentemente esqueceu qual era sua profissão, pois acendeu um isqueiro dentro de um reservatório vazio, repleto de vapores inflamáveis. O motivo: o local estava muito escuro e ele não conseguia enxergar.

Metodologia – Wendy Northcutt criou uma série de regras para eleger um candidato aos “Darwin Awards”. Para ser uma legítima participante, a pessoa precisa atender a dois critérios básicos: perder a capacidade reprodutiva se matando ou se esterilizando permanentemente. Os casos enviados passam pelo crivo de moderadores e são disponibilizados para votação na página. Os melhores entre os escolhidos pelo público são cadastrados por Wendy no “Arquivo Permanente” do site.

Mesmo não premiados, casos de desventuras idiotas muito boas que não terminaram em morte são classificados como “Menções Honrosas”. Existem também os “Relatos Pessoais”, que foram flagrados por leitores, mas impossíveis de serem comprovados. Bem no estilo: “meu pai me contou que...”.

Os melhores relatos, tanto comprovados como contado por leitores, entraram no livro, que foi dividido por categorias como: veículos, mulheres e animais. Cada capítulo ainda contém um artigo escrito por diferentes autores, que debatem temas relacionados à evolução da espécie.

Com uma linguagem simples e divertida, o livro “Darwin Awards” é ideal para as pessoas de humor mais sádico, que riem ao ler histórias como a de um homem que saltou das Cataratas do Niágara em um barril. Ele queria arrecadar dinheiro para o sustento da mulher e de 11 filhos, mas acabou se espatifando nas pedras. Parece brincadeira, mas não é.




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