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Cães fechados em casa incomodam
Henrique Munhos
Especial para o Diário
13/04/2011 | 07:31
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Cães abandonados estão atormentando moradores e comerciantes da Rua dos Coqueiros, no bairro Campestre, em Santo André. O problema não é que os animais ficam vagando pelas vias. Eles ficam presos em uma residência, e a dona da casa aparece somente nas madrugadas.

Os vizinhos estimam que cerca de 50 cachorros estão abrigados na residência. A principal reclamação de quem mora ou trabalha por ali é a respeito do mau cheiro. "Perdi muitos clientes devido a esse cheiro ruim. Empresas que tinham convênio com meu restaurante saíram após este problema aparecer", disse Pedro Reis, 57 anos.

O transtorno, que vem incomodando os vizinhos há pelo menos quatro anos, faz com que Reis perca de R$ 4.000 a R$ 5.000 por mês, segundo o próprio comerciante. "Além disso, paguei R$ 8.000 para colocar vidros aqui, para não deixar que esse fedor entre no restaurante."

De uma laje vizinha, a equipe do Diário constatou a presença de vários cães e muitos pontos de fezes. Como alguns animais estão presos nos cômodos, não dá para ter a certeza de quantos estão na residência. A dona da casa não foi encontrada.

Alguns cachorros conseguem escapar pelo telhado, e já chegaram a cair em casas vizinhas. "Há um ano, três cães caíram na minha cozinha. Neste local, minha sobrinha de 3 meses passava direto. Imagina se cai em cima dela", reclamou o operador de máquina Tiago Barbosa, 25.

Quem passa pelo ponto todos os dias fala que alguns cachorros chegam a morrer de fome. "Daí ela enrola em um saco e joga em algum lugar," disseram os vizinhos. O barulho que os animais causam, principalmente com brigas entre eles, é outra queixa dos moradores da Rua dos Coqueiros.

Renê Lopes, dono de uma indústria ao lado da residência que virou abrigo dos cães, disse que já fez diversas reclamações em órgãos ligados à administração municipal, como a Vigilância Sanitária e o Centro de Controle de Zoonoses. "Eles vêm aqui, multam a senhora e vão embora. A situação segue a mesma. Só resolvem o caixa deles", reclamou Lopes.

Procurada pela equipe do Diário, a Prefeitura de Santo André não respondeu. Lopes disse que, na segunda-feira, irá entregar um abaixo-assinado, explanando o problema e cobrando soluções, com cerca de 300 assinaturas.

"Ainda assim, se nada acontecer, teremos que fazer alguma paralisação nas ruas próximas, pois isso não pode ficar assim", comentou o industrial.




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