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Ervas conquistam espaço nas receitas
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
06/07/2002 | 17:53
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Diadema deverá ser a primeira cidade da região a dispor de ervas medicinais em toda a rede municipal de saúde como opção de tratamento aos pacientes. A utilização das ervas medicinais na rede pública no lugar de determinados medicamentos é discutida por um grupo técnico que, até outubro, entregará um protocolo de como o programa deverá ser colocado em prática. A intenção da diretoria de gestão da Secretaria de Saúde é definir a utilização de práticas alternativas, onde serão incluídos acupuntura, homeopatia e fitoterápicos.

Para tirar o projeto do papel, médicos terão de passar por cursos e a Prefeitura de Diadema definirá espaços para cultivo das plantas, como um antigo herbário que ficava no Jardim Eldorado. "Provavelmente, não poderemos aproveitar o herbário do Eldorado porque a terra já não é mais produtiva para essa finalidade, mas o grupo técnico vai estudar outros locais espalhados por diversos bairros e que tenham características técnicas para o cultivo de ervas medicinais", disse o médico Newton Teixeira, diretor de gestão da Secretaria de Saúde.

Uma portaria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite a utilização de determinados fitoterápicos como cicatrizantes, antiinflamatórios, sedativos, laxantes, broncodilatadores, entre outras indicações. "Se há uma determinação que permite e regula essa utilização, me parece bastante interessante o uso de ervas como prática alternativa", afirmou Teixeira.

A utilização das ervas medicinais, porém, deve ter acompanhamento de técnicos especializados. "Não vamos simplesmente receitar chá para a população; temos de levar em consideração estudos científicos que garantam que o remédio tenha o efeito esperado. Não vamos virar curandeiros. O medicamento deve chegar ao paciente acabado, ou seja, com peso e volume necessários para curar determinada doença", disse o diretor.

De acordo com Teixeira, além de ser uma opção mais saudável, o fitoterápico é mais econômico. "Acho que o pensamento com os fitoterápicos deve ser o mesmo com os genéricos, ser uma opção mais barata e que resolva o problema dos pacientes. Claro que não deixaremos de receitar os alopáticos; as ervas naturais serão um complemento e uma opção."

Para receitar as ervas medicinais à população, o trabalho deve começar com um espaço específico para o plantio. Depois as plantas colhidas devem ser secas e trituradas. Os médicos farão as receitas com a erva que o paciente deve tomar e a pessoa retira o fitoterápico na própria UBS (Unidade Básica de Saúde).

Até outubro, o grupo técnico deve apresentar as necessidades para implementar a utilização de ervas medicinais. O diretor Newton Teixeira afirmou que em dois ou três meses após o protocolo do grupo, as ervas medicinais podem começar a fazer parte da rotina das unidades de saúde de Diadema.

A medida, porém, requer um esforço de conscientização tanto da população como dos médicos. "Atualmente, temos alguns médicos que receitam determinados fitoterápicos, mas ainda há um pouco de restrição dos profissionais em receitá-los. A população também deve saber que esses remédios fazem bem", disse Teixeira.

Ribeirão – Em Ribeirão Pires, a Gerência de Serviços Municipais começou a produção de mudas de ervas medicinais no Viveiro e Herbário Municipal para criar pequenos canteiros nas escolas municipais e em praças. O viveiro tem cerca de 12 mil m², onde são cultivadas plantas para decoração das praças da cidade e onde agora a Gerência de Serviços Municipais começou a plantar ervas medicinais. Hoje são cultivados 15 tipos no herbário.

Essas mudas devem ser plantadas em canteiros das escolas e em praças da cidade para integrá-las ao paisagismo. "Em duas praças já plantamos algumas ervas como boldo e capim-limão, em conjunto com a comunidade do bairro. Ensinamos para que serve cada erva e plantamos próximo da comunidade", disse o gerente de Serviços Municipais, Márcio Vale.




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