As empresas de ônibus fretados não pretendem modificar seus itinerários na segunda-feira, quando começam a valer na Capital as novas regras de restrições de circulação dos veículos no centro expandido.

Embora as empresas de ônibus fretados aleguem que na primeira semana as punições por desrespeito à restrição não irão valer, a Secretaria Metropolitana de Transportes informou que estabelecerá esquema especial de fiscalização do cumprimento da nova regulamentação. Caso algum veículo fretado ingresse na área restrita sem autorização, estará sujeito a multa de R$ 3.400 e imediata apreensão do veículo.

O Transfetur (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento para Turismo) informou que vai solicitar a prorrogação para início da restrição. O sindicato alega que não houve tempo para se adaptar à exigência da Prefeitura de São Paulo. No entanto, o Transfretur afirma que não pretende ingressar com ação judicial solicitando o cancelamento das restrições por enquanto.

Outra estratégia das empresas é entrar com pedidos em massa de autorização especial para adentrar a ZMRF (Zona Máxima de Restrição aos Fretados), área de 70 quilômetros quadrados restrita à modalidade de transporte.

No entanto, as empresas alegam que não estão conseguindo protocolar a autorização especial exigida pela Secretaria Metropolitana de Transportes pessoalmente, pela internet e nem pelo telefone.

A secretaria, no entanto, comunicou que o processo de registros transcorre sem problemas e que, devido o alto número de requerimentos, haverá plantão de recebimento dos pedidos até as 12h de hoje.

Reclamações - A restrição dos fretados, anunciada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), no dia 29 de junho com o objetivo de promover melhora no fluxo de trânsito na Capital, foi duramente criticada por empresários do Grande ABC que transportam moradores da região à Capital todos os dias.

 "Temos um compromisso com os passageiros e vamos cumprir. Queremos a regulamentação das paradas e não a retirada delas", disse a empresária Helaine Cristina Mariano que tem sete linhas que saem de Santo André rumo à Avenida Berrini e três que vão para Pinheiros.

Os passageiros também reclamam da restrição e já fazem planos para se adaptar. "A mudança será ruim para mim, pois o trajeto que faço em uma hora e meia para chegar à Vila Olímpia passará para três horas. O ônibus terá que parar na Rua Alvorada. Terei que andar mais 30 minutos para chegar ao trabalho", lamentou Roberta de Pádua, 30 anos, de São Bernardo.