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Quatro meses sem pistas de Amanda
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
30/08/2006 | 22:41
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Passados quatro meses do desaparecimento de Amanda de Oliveira Mendes, 8 anos, do Jardim Santo André, os pais Clodoaldo Mendes e Silvana de Oliveira querem entrar com um pedido de sindicância na Corregedoria da Polícia. A família reclama da lentidão nas investigações.

“Até agora não conseguimos avançar, obter nenhuma pista do paradeiro da minha filha. Já passamos diversas informações aos investigadores e algumas só estão começando a ser apuradas agora. Gostaria de saber o motivo. Será que é porque somos pobres e moramos em um bairro tomado por favelas?”, reclama Clodoaldo.

A indignação e a dor da família tiveram início em 30 de abril, quando Amanda teria sido raptada em frente à sua casa. Na época, a polícia chegou a divulgar o retrato falado de um homem visto caminhando com a menina pelas ruas do bairro, mas a suspeita em nada colaborou com as investigações. “Esse homem nunca foi identificado. Acreditamos que ele não tenha nada a ver com o desaparecimento da Amanda. Já avisamos a polícia que desconfiamos mesmo é de uma família de vizinhos que teve contato com nossa filha naquele domingo”, conta a mãe.

Silvana afirma que os investigadores do 6º DP da cidade foram avisados de que Amanda havia passado o dia brincando com os filhos de um casal que mora na rua vizinha, antes de desaparecer. Algumas pessoas teriam visto a garota andar na garupa de uma mobilete na companhia do filho mais velho, de 16 anos. “Esse menino deve saber mais notícias. A polícia tem que investigar. Nós não temos poder para tirar a verdade dele. Mas temos certeza de que ele sabe alguma coisa”, desabafa.

O pai conta que desde o sumiço da filha, a rotina dos vizinhos mudou. “Antes, eles freqüentavam a nossa rua. Agora não mostram as caras por aqui. É muito estranho. Parece que estão se escondendo da gente e dos nossos amigos”, reclama Clodoaldo.

Enquanto o caso não é resolvido, os pais continuam freqüentando, quase que diariamente, uma igreja evangélica da região. “Nós nos sentimos bem por lá. Rezemos em comunidade e até cantamos nos corais para tentar esquecer nossa dor. Mesmo assim, a vida está muito difícil. Meu marido está sem trabalhar, afastado por depressão. E nossa filha mais nova pergunta todos os dias pela irmã. Infelizmente, não temos o que responder”, diz Silvana.

Procurado para comentar as reclamações da família de Amanda, o delegado responsável pelo caso não foi encontrado. A reportagem, porém, constatou que investigadores do 6º DP visitaram o Jardim Santo André quarta-feira para entregar uma intimação à família de vizinhos mencionada no inquérito.



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