Setecidades Titulo Aniversário de Santo André
"Resolver problemas históricos e resgatar símbolos são metas", afirma Paulo Serra

Cidade completa 468 anos e resgata símbolos históricos, cuida do presente e planeja o futuro

Do Diário do Grande ABC
08/04/2021 | 13:09
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DGABC


Santo André completa hoje 468 anos, o segundo aniversário seguido em meio à pandemia. Apesar de a administração concentrar esforços no combate à doença, o prefeito Paulo Serra (PSDB) se mostra preocupado também em preparar a cidade para a retomada pós-pandemia, tanto nas questões econômicas quanto sociais e de infraestrutura. Além disso, elenca outros pontos centrais, como o programa Santo André 500 Anos: “É legado que queremos deixar, de cidade planejada para os próximos 32 anos.” Coloca ainda como fundamentais resolver problemas históricos e o resgate de símbolos do município, entre eles o Cine Carlos Gomes e a cobertura da Oliveira Lima.

Este é o segundo aniversário da cidade sem poder comemorar em razão do agravamento da pandemia. A vacina virou grande objetivo dos governantes. O senhor estima uma data (ou período) que novos imunizantes possam ser adquiridos via Estados, municípios ou Consórcios para conter o avanço da Covid?

O nosso município e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, como prefeito e presidente da entidade, nos credenciamos em todas as linhas de possibilidade de compra de mais imunizantes. Temos dois diálogos bem adiantados com o fundo soberano da federação russa, da Sputnik V, e com a União Química, que é a representante dessa vacina no Brasil, e com a Sinopharm, outra fabricante da vacina chinesa. É difícil cravar data, porque há falta de imunizantes em todos os países, mas Santo André e o Grande ABC estão bem posicionados. Mesmo com essa insuficiência, dentro daquilo que é possível, já aplicamos mais de 90% das vacinas enviadas, ultrapassando 13% da cobertura vacinal da população. Uma das cidades com maior eficiência do Estado.

Antes do novo pico da pandemia, a Prefeitura previa programação diferente de aniversário mesmo de forma não presencial? O que está ou estava de destaque na lista?

Nós tínhamos uma programação tímida, não presencial. Claro que com o pico da pandemia é muito difícil pensarmos qualquer tipo de celebração, mesmo que virtual. Será mês de muita solidariedade. O programa Santo André Solidária ficará potencializado neste mês. Vamos utilizar essas boas energias do aniversário para que reforce espírito solidário do andreense, um ajudando o outro. Essa é a maior conquista que a cidade pode ter neste momento, além das vacinas. O sentimento de esforço individual faz muita diferença no resultado coletivo. Essa mensagem que queremos passar no aniversário. Temos outras iniciativas de inovação, tecnologia, obras, sistemas novos de planejamento, que queremos apresentar, mas isso tudo vamos deixar um pouco mais para frente. Será o aniversário da solidariedade na história. As pessoas já têm esse espírito. Vamos dar alternativas para quem quer ajudar.

A cidade dava passos em plano de desenvolvimento antes da pandemia, incluindo neste pacote o programa Santo André 500 anos. Quanto essas crises sanitária e econômica podem atrasar esse avanço no cronograma?

O Santo André 500 anos é legado que queremos deixar, de cidade planejada para os próximos 32 anos. O atraso que houve é na divulgação, no envolvimento da sociedade no projeto, do que propriamente no andamento. Toda a parte do poder público está sendo feita, teórica e de planejamento. O que teremos que aguardar a pandemia passar é a questão das discussões, encontros, congressos, envolvimento direto do setor produtivo, sociedade civil organizada. É legado que só dará certo se a gente conseguir com que isso se descole de uma gestão. É contribuição que queremos deixar, da Santo André do futuro, que não vai depender mais do prefeito que esteja no mandato. Tem que ser completamente adotada pelo setor produtivo, sociedade participativa, até para que a cidade não corra riscos, de descontrole financeiro, como, infelizmente, tivemos antes da nossa gestão, endividamento de longo prazo agressivo, lá detrás, ainda na gestão do Celso Daniel.

Quanto o agravamento da pandemia provoca de queda na arrecadação no município? O que isso tem como efeito na vida do cidadão?

A queda de arrecadação, lamentavelmente, existe. Reduzimos o tamanho da máquina, revisamos contratos, sem prejuízos dos serviços públicos ou perda da capacidade que a cidade tem de investimento. No nosso planejamento, a maioria dos investimentos é oriunda de recursos externos, via bancos internacionais e governos estadual e federal. Mas sem dúvida que há readequação em programas que tivemos que adiar por conta dessa nova realidade orçamentária, que é comum a todas as grandes cidades. Tomamos medidas fiscais para aliviar o tão prejudicado comércio, empresários. Isso acaba também impactando nessas contas. Prorrogamos, por exemplo, o vencimento dos tributos para o fim do ano para dar um pouco de fôlego a essas atividades que estão suspensas em decorrência da pandemia. São pequenas medidas, mas que têm impacto direto na vida das pessoas.

O Paço prevê entrega do Carlos Gomes e reabertura do Parque Guaraciaba neste ano. Com essas inaugurações, qual intervenção o governo pretende dar andamento dentro da proposta de resgate de símbolos da cidade?

O resgate dos símbolos, como Carlos Gomes e Parque Guaraciaba, está em andamento, assim como entregamos piscina do Pedro Dell’Antonia. Temos licitações referentes ao Parque do Pedroso, avaliando a finalização do projeto da extensão do calçadão da Oliveira Lima, conclusão da cobertura. São prioridades para nós, resgata orgulho do andreense. Fizemos parte na primeira gestão, e estamos dando continuidade. Queremos entregar tudo isso no segundo semestre, com a pandemia já sob controle, com a população vacinada, até para que as pessoas possam aproveitar os equipamentos. Não faz sentido entregar cine-teatro de variedades, que é histórico, inaugurar e no dia seguinte ter que fechar, porque não estamos em momento de eventos culturais ou qualquer tipo de reunião e aglomerações. A mesma coisa em relação aos parques.

A Prefeitura obteve autorização para contratar linha de crédito para pagamento do valor total de precatórios. Qual start o governo aguarda para assinar a operação de crédito e em quanto tempo avalia que poderá quitar o volume de todos os precatorianos?

A questão dos precatórios é uma das principais hemorragias financeiras que a cidade tem. É legado triste deixado pelo Celso Daniel, verdadeira trapalhada administrativa, que condenou município a pagar, nos nossos primeiros quatro anos, por exemplo, quase R$ 400 milhões em dívidas de longo prazo. Isso sacrifica muito a capacidade de investimento da cidade. E temos buscado soluções. Santo André é a cidade que mais pagou precatórios proporcionalmente no País. Uma de nossas missões à frente da Prefeitura é resolver problemas históricos, desde eixos econômicos, até a questão do endividamento.

O senhor acredita que, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, será possível finalizar as obras inclusas no programa do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da CAF (Corporação Andina de Fomento)? A Prefeitura, por exemplo, já chegou a uma decisão sobre qual medida adotar contra as enchentes na região da Vila América?

Acredito que sim, até porque são financiamentos internacionais, e eles são criteriosos quanto a prazos. Entregamos o Viaduto Adib Chammas, produto de financiamento, mesmo com a pandemia, em 2020. As obras da Avenida Anhaia Melo, reconstruída com recursos da CAF, e demais projetos estão no ritmo que a gente imaginava. Teremos grandes obras estruturais financiadas pela CAF e pelo BID, entre elas o piscinão e as captações de água na região da Vila América. Estamos finalizando o projeto. Faremos audiência pública assim que a pandemia permitir e iremos apresentar às pessoas daquela região o projeto para resolver o problema. Terá um piscinão no Parque da Juventude e piscininhas, como chamam os técnicas, espalhadas pelo bairro. 




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