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Regra sobre filas de banco é ignorada
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
17/08/2009 | 07:00
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A tecnologia oferece opções, mas o correntista que precisa ir ao banco para pagar ou receber ainda perde muito tempo na fila ao efetuar operações bancárias. Apesar da existência de legislação nas sete cidades do Grande ABC determinando limite razoável para o atendimento, a parca fiscalização e a pouca reclamação por parte dos clientes faz com que as normas não sejam cumpridas.

O Diário percorreu agências de diferentes instituições e horários, e, como milhares de consumidores, não recebeu senha e permaneceu além do prazo estipulado em lei para entrar e sair do banco devidamente servido.

Em quase todas as unidades, a fila de espera era grande e havia terminais ociosos, com equipamentos instalados, mas sem atendente. Mesmo para os clientes prioritários - idosos, gestantes, deficientes e pessoas com crianças de colo -, que costumam ter um guichê exclusivo, o atendimento é moroso.

No começo da tarde, a reportagem tentou pagar uma conta em agência no Centro de São Bernardo. Se alguém ali aproveitava a hora de almoço para ir ao banco, naquele dia teve de comer mais depressa, pois foi preciso esperar 50 minutos para o atendimento.

O estresse de passar muito tempo na fila pode estragar a refeição de quem procura o serviço de uma instituição financeira às 12h, mas ir para a agência antes da abertura, às 10h, para tentar entrar entre os primeiros também pode não resolver.

O Diário se juntou a uma fila de quase 30 clientes e entrou em agência bancária situada na Avenida Barão de Mauá, em Mauá, apenas 17 minutos após a abertura. No entanto, só conseguiu sair com a operação devidamente realizada depois das 11h.

Esperando do lado de fora a abertura das portas, a balconista Valdarez Maria de Lira, 37 anos, que ainda tinha "outro banco para fazer", contou que chegar antes nem sempre garante agilidade. "Venho no primeiro horário, mas, às vezes, perde-se muito tempo também", conta.

Legislação - As leis municipais das sete cidades do Grande ABC determinam a emissão obrigatória de senhas para controle do horário de permanência na agência e a oferta de caixas suficientes para atender os clientes sem demora.

Em Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra o tempo máximo de atendimento é de até 20 minutos, em dias normais, e em até 30 minutos nos dias de pagamentos dos servidores.

Em São Bernardo, a lei exige atendimento em até 15 minutos, e em Mauá, em 20 minutos, mas nenhuma das leis faz diferenciação sobre dias de pagamento ou não.

Em São Caetano, a espera não pode ultrapassar 15 minutos em dias normais e 30 minutos em véspera ou em dia seguinte a feriados.

Em Diadema, são 15 minutos em dias normais, até 20 minutos nas vésperas e após feriados prolongados, e em até 30 minutos nos dias de recebimento do funcionalismo.

Contudo, sem fiscalização e reclamações por parte dos usuários, os efeitos práticos destas leis são nulos.




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