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Assalto termina com suicídio de bandido em S.Bernardo
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
10/06/2001 | 20:31
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O comerciante Otávio Rodrigues Perez, 46 anos, sua mulher e seus dois filhos foram mantidos como reféns na própria residência, na rua Miragaia, bairro Paulicéia, em São Bernardo, durante cerca de duas horas e meia. A tentativa de assalto aconteceu por volta das 20h deste sábado e culminou com o suicídio de um dos ladrões.

De acordo com Perez, três assaltantes – A.P.S., 17 anos, L.R.M., 15, e Luciano Gomes de Matos, 25 – o abordaram quando ele estava saindo de casa para pôr o lixo na rua. “Eles queriam dinheiro e me levaram para dentro. Mas só o mais velho estava armado”, contou o comerciante.

Já dentro da casa, os ladrões trancaram Perez, sua mulher, Maria Augusta Perez, 42 anos, e seu filho, Otávio Júnior, 23, num quarto. “Minha filha (Daniele, 17 anos) chegou depois, e eles prenderam ela junto com a gente. Depois veio a polícia”, disse o comerciante, lembrando que os assaltantes, por várias vezes, tentaram tranqüilizá-los: “Ele (Matos) chegou a tirar as balas da arma (um revólver calibre 38) para mostrar que não queria matar a gente. Depois, pôs as balas de volta, mas deixava engatilhada sempre nos dois buracos que estavam vazios. Mesmo que ele disparasse não aconteceria nada.”

O adolescente A.P.S. foi detido tentando fugir pela cozinha da casa assim que a polícia chegou, possivelmente chamada por um motoboy que passava pelo local no momento da abordagem. Concentrados no quintal da casa, e usando o adolescente para entrar na casa e negociar, os policiais conseguiram convencer os demais assaltantes a libertar o casal.

Mais tarde, L.R.M. saiu do quarto e solicitou a presença de um responsável. A polícia foi à casa do adolescente, mas só encontrou uma vizinha chamada Eva, que foi levada ao local para ajudar nas negociações. “Quando eu cheguei, estavam só a moça (Daniele) e o Luciano (Matos) no quarto. Aí, eu tentei ajudar a polícia a convencê-lo a se entregar”, disse Eva. Assim que a vizinha dos rapazes chegou, Otávio Júnior foi solto. Restava apenas Daniele, que permanecia no quarto com a arma de Matos apontada para a cabeça.

Os adolescentes, então, voltaram ao quarto para persuadir o companheiro a libertar a última refém. “O assaltante mais velho (Matos) disse várias vezes que preferia morrer a ter de voltar para a prisão. Ele dizia que já tinha sido condenado por latrocínio e tráfico de drogas”, explicou Perez.

Matos chegou a pedir uma BMW para fugir, mas a polícia não atendeu ao pedido. Então, o assaltante solicitou a presença de um advogado, mas, antes que ele chegasse, acabou libertando Daniele e os dois comparsas. Em seguida, o assaltante disparou contra a própria cabeça. A polícia chegou a levar Matos até o Pronto Socorro do Taboão, em São Bernardo, mas ele morreu logo depois dar entrada no hospital.

De acordo com Perez, sua filha foi a única pessoa que presenciou o suicídio. “Ele chegou a dizer que ia se matar. Quando ele falou isso, um dos meninos disse ‘Não faz isso não‘ e o outro falou ‘Deixa ele fazer o que quiser‘, e foram embora. A minha filha foi logo atrás. Foi quando eles ouviram o disparo”, disse o comerciante. O caso foi registrado no 2º DP de São Bernardo. Os dois adolescentes que acompanhavam Matos no assalto foram levados ao 3º DP de Diadema.




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