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Meligeni admite lacuna com provável despedida de Guga
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
19/02/2006 | 08:22
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O capitão Fernando Meligeni não conseguiu esconder o alívio de ver o Brasil mais próximo da elite mundial do tênis. A sofrida vitória sobre o Peru, no último fim de semana, mostrou que o país poderá voltar ao Grupo Mundial. Para o ex-tenista, este é o saldo positivo da nova admistração da modalidade. Porém, a eventual aposentadoria de Gustavo Kuerten, ex-número um do mundo, preocupa o capitão. “Ele deixará uma enorme lacuna no esporte brasileiro”, lamentou, mas evitou apontar um sucessor para o tricampeão de Roland Garros. “Se o Guga abandonar o tênis, algum atleta terá de assumir a responsabilidade para si”, declarou o bem-humorado capitão durante as gravações de seu programa De Fininho (TV Cultura), na tarde de sexta-feira, no Pueri Domus – Unidade Jardim, em Santo André.

Apesar de levar a sério um possível afastamento de Guga do circuito profissional, Meligeni acredita que o amigo se recuperará e voltará a mostrar o seu melhor tênis. “O Guga é um jogador fenomenal e a prova disso foi o fato de ir viajar, mesmo machucado”, afirmou.

O capitão confidenciou à reportagem do Diário que os duelos no Peru, pela primeira rodada do Grupo Americano I (Segunda Divisão), foram dos mais angustiantes de sua vida. “Sabia que lutaríamos até o último ponto. Os jogadores não estavam em suas melhores condições físicas, por isso preferi manter as convocações anteriores”, disse.

A experiência em um momento de grande pressão foi o primeiro item a ser avaliado por Meligeni. Por isso, o capitão não chamou o gaúcho Marcos Daniel, o número dois do Brasil. “Ele é um excelente jogador, e se eu estivesse no lugar dele, também ficaria magoado com a não-convocação. Mas eu precisava ter alguém com mais experiência na Davis e o Ricardo (Mello) era essa pessoa”, concluiu.

Agora, falta apenas um confronto para o Brasil chegar à repescagem do Grupo Mundial. Por isso, Meligeni acha que as partidas contra o Equador serão as mais difíceis. “Eles também desejam chegar lá e têm como principal arma os irmãos Lapentti. O Nicolas (número 92) é um grande amigo e o número um do país. Seu irmão, o Giovanni (número 221) é um franco-atirador e tem um saque muito potente. Sem dúvida, eles poderão minar os nossos planos de voltar à repescagem”, afirmou o capitão. Os jogos acontecerão entre os dias 7 e 9 de abril, no Equador. “Tenho certeza de que eles vão dificultar a nossa vida. Vão jogar na altitude de Quito (capital do país) e em quadra rápida”, confidenciou o ex-tenista, ao lembrar que os brasileiros não têm resultados expressivos neste tipo de piso.

Boicote – Meligeni tem a certeza de que o boicote realizado pelos principais atletas do país em 2003, que resultou na queda do ex-presidente Nelson Nástas, fortaleceu o tênis. “Inicialmente parece que demos um passo para trás, mas hoje vejo que apenas paramos a nossa caminhada. Estamos recuperando a credibilidade, o que, para mim, é mais importante”, concluiu o capitão da Davis.




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