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Papai Noel recebe cerca de 4.000 cartas
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:03
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Na folha de papel almaço, Taiane de 12 anos, moradora do Jardim Santo André, escreveu seu pedido ao Papai Noel: um carrinho ao irmão, um MP3 à irmã, um tênis para ela e uma cesta básica para a mãe paraplégica fazer um almoço no dia de Natal.

O desejo se perde entre as milhares de cartas que chegam aos Correios endereçadas ao bom velhinho. Neste ano, nas seis agências da região que participam da campanha, cerca de 4.000 cartas foram cadastradas. Destas, 2.000 já foram ‘adotadas' por anônimos que doam os presentes em nome de Papai Noel.

Nem todos os pedidos postados ficam disponíveis à leitura. Equipes dos Correios selecionam as cartas escritas pelas crianças com até 12 anos que revelam algum grau de carência social. Para facilitar a escolha, nome, idade e pedido do remetente são grifados. Correspondências de adultos que pedem guarda-roupas, geladeiras ou emprego, por exemplo, não são cadastradas. São válidas somente as escritas pelos pais em nome dos filhos. "Nosso objetivo é reforçar os valores natalinos, por isso o mais importante para nós é atender às crianças e responder as cartas com uma mensagem de esperança", diz Antonio Rabello, gerente das agências no Grande ABC.

Bicicletas e videogames são os presentes mais sonhados. A maioria dos pedidos vem incrementada por desenhos coloridos, corações e mensagens de carinho, como "Papai Noel eu te amo".

No Cantinho do Papai Noel, montado na agência da Praça Quarto Centenário, no Centro de Santo André, difícil é escolher a história mais emocionante. Quem passou por lá, conferiu pedidos como de Matheus, 8, morador da Viela Esperança, em Santo André, que quer um tênis porque o seu está rasgado e na escola todos riem da situação. "Sei que para realizarmos nossos sonhos temos de ter determinação, fé e esperança, porque nunca podemos desistir", escreveu. Weslei, 9, do Parque João Ramalho - também em Santo André - agradece o sapato do ano passado e pede uma roupa e um brinquedo, pois a mãe está "apertada de dinheiro" por conta do aluguel e dos gastos com seus remédios para o coração. Nicole, 7, da Vila Guiomar, apela à sensibilidade. Ela diz que se comportou durante o ano todo, não brigou com ninguém e por isso espera ganhar uma boneca Barbie.

No embalo da fantasia, mesmo quem não acredita mais em Papai Noel, aparece na caixa das cartas. A mãe de Miguel, 7 meses, conta que o garoto nasceu com bronquite e precisa de um inalador mesmo que usado. Geisa, 26, do Condomínio Maracanã, assina o texto que pede presentes ao filhos de 8 meses e 10 anos, pois está desempregada e não tem como comprá-los.

As histórias emocionam os próprios funcionários dos Correios que trabalham na triagem e cadastro dos endereços. É o caso de Zilda Moreira Lima, 41, que há quatro anos atua no programa e acompanha algumas entregas dos presentes feitas pelos carteiros. Além de adotar duas cartinhas de crianças que pedem brinquedos, neste ano Zilda se mobilizou para ajudar um menino de 7 anos que escreveu pedindo alimento para a família. Uma caixa está no departamento para que os funcionários depositem as doações encaminhadas ao garoto. "Fico emocionada em pode ajudar. É bom alimentar os sonhos da infância enquanto há inocência. Além do mais eu acredito em Papai Noel", ri.




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