A desaceleração no setor de brindes gerada pela crise econômica não ocasionou grandes quedas nos pedidos para este fim de ano às empresas que atuam no Grande ABC. Mesmo com a recuo de 6% no volume dos pedidos em relação ao ano passado, grande parte das empresas dos setores de indústria, comércio e serviços vão oferecer brindes aos seus clientes.
Isso é o que aponta levantamento da Bríndice, editora de catálogos do setor, realizado com 580 instituições de diversos segmentos. Destas, 79% afirmaram que vão aderir aos brindes neste ano.
A pesquisa destaca que a área de serviços elevou a quantidade dos pedidos de 36% em 2008 para 41% neste ano. E é exatamente este o público-alvo da Líder Brinquedos, de Mauá, que fabrica brindes fisioterápicos e para pet shops.
De acordo com Nuri Dib, gerente de vendas promocionais da Líder, as vendas sazonais cresceram 10%. "Os primeiros seis meses do ano foram árduos, mas as empresas voltaram a investir na compra de itens promocionais", afirma. Ele acrescenta que as bolas representam a maior fatia na produção da companhia.
Neste período, os contratos com as companhias de laboratório e fornecedores de gás também estão incrementando o faturamento da fabricante. O valor dos produtos varia de R$ 0,80 a R$ 1 por unidade.
Questionado sobre contratações temporárias, Dib diz que não foram abertas vagas extras para este fim de ano, porém, a empresa deverá aumentar o efetivo a partir de abril de 2010, quando começa a trabalhar nos pedidos para o segundo semestre.
AQUECIMENTO - Nos cálculos da ADR Bolsas, de Santo André, a meta de pedidos para o segundo semestre foi atingida. "A demanda está razoável para a reta final do ano, tanto que o volume cresceu 15% em comparação a 2008", detalha Fabiana Cristina da Silva, responsável pela área administrativa da ADR.
Fabiana conta que até meados de junho a ADR não contava com crescimento, mas houve aquecimento além do previsto com a conquista de 40 novos clientes.
Para o Natal, a empresa, que também terceiriza parte de sua produção, aposta no aumento da saída para as bolsas ecológicas, assim como para as empresas que as utilizam como cesta de produtos, como empresas do setor de cosméticos.
SETOR - Segundo Luiz Roberto, diretor da Bríndice, de modo geral as empresas avaliam que os pedidos cresceram, mas o volume de negócios ainda não chegou ao registrado em 2007. "A restrição na propaganda de remédios fez com que as indústrias farmacêuticas diminuíssem os investimentos. Perdemos uma parcela importante dos pedidos", pontua.
Mesmo assim, o executivo acredita que em 2010 essas empresas invistam na promoção da imagem institucional, garantindo acréscimo nos pedidos.
A projeção é que o setor movimente R$ 5,5 bilhões este ano, cifra que corresponde a elevação de 10% frente ao ano passado. Para 2010, ano de Copa do Mundo, o faturamento deverá alcançar o mesmo nível de 2007, totalizando cerca de R$ 6 bilhões.
Promoções do varejo garantem aquecimento
Pesquisa da Bríndice, editora do setor promocional realizada com 580 empresas de diversos segmentos, mostra que o comércio também garantirá bons negócios às empresas fabricantes de brindes. Sobre a intenção de compra para este Natal, o número de pessoas que devem fazer compras neste ano aumentou de 16% para 19%.
A Espaço Fechado, fabricante de relógios, viu as encomendas aumentarem 10% neste período. "Esperávamos que o número chegasse a 30%, mas muitos clientes reduziram os pedidos consideravelmente", lamenta Percival de Oliveira, gerente comercial.
Entre os clientes que a empresa de Santo André conquistou neste ano estão os shoppings Mauá e Aricanduva, na Zona Leste da Capital paulista, sendo que este comprou quase 30 mil unidades da empresa.
Oliveira lembra que também foram desenvolvidas campanhas para as redes Rei do Mate, com 20 mil relógios, e para a Camisaria Colombo, com 30 mil itens, oferecidos nas 215 filiais da rede de vestuário.
COPA DO MUNDO - As empresas ouvidas pelo Diário sinalizam que a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul será um divisor de águas no setor. A própria Espaço Fechado fechou contrato com um cliente do varejo que iniciará campanha nacional em janeiro do ano que vem, e se estenderá até o final do campeonato.
"As agências de publicidade e indústrias de alimentos também estão se movimentando neste sentido e direcionando as estratégias para o mercado promocional, usando o brinde como ferramenta de relacionamento com o cliente", destaca o gerente comercial da fabricante.
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