Cerca de 13 mil entraram em isolamento; apesar da continuidade da crise, há pressão por retorno
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Com o começo da pandemia do coronavírus, 27,5% dos servidores públicos do Grande ABC foram afastados de seus postos nas prefeituras. Ao todo, 13,6 mil funcionários de um total de 49,5 mil colaboradores ativos entraram em isolamento há quatro meses, tendo em vista a crise sanitária de Covid-19, que ainda se arrasta no País. Apesar da continuidade do problema, com instabilidade nos índices de novos casos e mortes, há pressão inicial por retorno às atividades presenciais em algumas cidades, que analisam protocolos que possam evitar proliferação da doença.
Em Mauá, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) publicou decreto em que determina a volta dos servidores da administração direta e indireta a partir de hoje. O regresso ao trabalho envolve todos os funcionários municipais, exceto aqueles que comprovem comorbidades e profissionais da Educação. A regra vale também aos que têm acima de 60 anos, que serão submetidos à testagem.
Dirigente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de Mauá, Jesomar Alves Lobo adiantou que irá se reunir hoje com Atila e o secretário interino de Administração, Marcos Eduardo Maluf, para discutir o impasse. “Os servidores ainda estão preocupados, apreensivos. Queremos verificar sob quais condições isso (retorno) está sendo estabelecido. Teremos testes e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para todos?”, questionou, ao acrescentar que a entidade estima quase 4.000 colaboradores em trabalho remoto no período – são 7.000, ao todo.
Diadema também deu primeiro passo para a volta em determinados setores, a exemplo de esportes. Na cidade, 4.606 servidores foram afastados – 49% do quadro, que possui 9.408 profissionais. Destes, 3.787 por serem de grupo de risco ou teletrabalho e 819, por suspeita de Covid (483) ou por contrair a doença (336). Desde então retornaram 687, que representam 7,3%. Permanecem em casa, portanto, 3.787 funcionários, considerados grupo de risco ou por home office.
Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra queda do índice do País a partir da segunda semana de julho. O número de pessoas afastadas diminuiu para 7 milhões. Na primeira fase do mês, o estudo apontou 8,3 milhões nesta situação, o equivalente a 10,1% da população ocupada. No começo de maio, o contingente era de 16,6 milhões (19,8%).
A Prefeitura de Santo André possui 1.303 servidores afastados pelo grupo de risco, sendo 536 com comorbidades e 767 com 60 anos ou mais (exceto profissionais da Secretaria de Saúde). Esses números representam 13,2% do total. “Todos estes continuam afastados atualmente”, citou o Paço. “Os demais servidores administrativos retornaram ao trabalho presencial em escala de revezamento da ordem de 30%, evitando aglomerações e seguindo todos os protocolos sanitários.”
Em São Bernardo, um total de 2.101 servidores pertencentes a grupos de risco foram afastados na quarentena, passando a atuar em regime de home office. O número representa 15% dos 13.765 no total. “Do total de afastados, 96 já retornaram para as atividades presenciais e outros 2.005 permanecem trabalhando em isolamento, como medida de segurança”, pontuou o Paço.
São Caetanto possui 1.404 fora do trabalho presencial, o que representa 20% do quadro. Apenas seis deles voltaram. “A Prefeitura estuda os protocolos para que possam retornar às atividades em segurança.” Já Ribeirão Pires registra 220 afastamentos por declaração de doenças crônicas ou por terem mais de 60 anos (6,5% do total). A Paço tem, no total, 3.400 colaboradores.
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