O governo do Estado rejeitou o segundo espaço oferecido pela Prefeitura de São Bernardo para a construção de duas unidades da Fundação Casa (ex-Febem). O pátio do Sindicato dos Cegonheiros, no bairro Batistini, foi sugerido pela Prefeitura como alternativa à construção dos prédios no bairro Alvarenga.

A Fundação Casa informou ontem o prefeito Luiz Marinho (PT) sobre a decisão, que teria sido tomada para evitar indisposição do governo do Estado com o sindicato. Caso a área fosse aprovada, a construção afetaria parte do pátio da instituição.

O terreno é a segunda proposta da Prefeitura para evitar a instalação das unidades no bairro Alvarenga, no Km 23 da Rodovia dos Imigrantes, em área que pertence ao Estado. A administração municipal alega ser contrária à instalação da Fundação Casa no bairro por ter planos de implementar unidade do Sesi (Serviço Social da Indústria) no local.

Em abril, o Sesi admitiu estar em fase de negociação para a instalação de estabelecimento de ensino em São Bernardo. Entretanto, não confirmou que o local escolhido ficava no Alvarenga, uma vez que a área doada pela Prefeitura teria de passar por análise da entidade.

Outro terreno no Batistini já havia sido ofertado ao governo do Estado - um imóvel do patrimônio municipal - mas foi descartado, em março, após a Secretaria de Estado do Meio Ambiente detectar problemas ambientais que inviabilizariam a obra.

Dois prédios - O modelo a ser adotado em São Bernardo é o mesmo utilizado em Mauá, única cidade do Grande ABC que possui unidade para internação de crianças e adolescentes em conflito com a lei.

O projeto prevê a construção de dois prédios para 56 jovens. São 40 vagas para internação e 16 para regime temporário - dos que ainda aguardam decisão judicial. Cada unidade custará cerca de R$ 3,3 milhões.

Manter crianças e adolescentes em unidades de internação próximas de suas residências atende uma exigência prevista pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). (Colaborou André Vieira)