Setecidades Titulo Reintegração
Despejo revolta comerciantes do Jd. Sto.André

Trabalhadores que deixarão imóveis pedem outra área para manter atividades

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
08/05/2012 | 07:00
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A Justiça definiu que a primeira etapa de retirada das 318 famílias que moram em área de risco no Jardim Santo André, em Santo André, será realizada na quinta-feira. Nesta ação, que faz parte de projeto da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para urbanização do bairro, serão desocupadas 51 edificações, sendo 26 instalações comerciais. Com isso, os proprietários dos estabelecimentos estão revoltados e alegam que não há tempo para retirar as mercadorias nem local para armazenar os produtos.

Os trabalhadores afirmam que não foram previamente avisados da reintegração de posse. A informação teria sido passada de maneira informal na sexta-feira. "Ficamos sabendo só porque um dos comerciantes recebeu uma ligação e avisou os outros. Não recebemos nenhum documento da CDHU oficializando o despejo. Agora, está em cima da hora para tirar tudo. Onde vamos colocar nossas mercadorias?", questionou Francisco Gomes, 30 anos, que possui comércio de água mineral.

Todos os estabelecimentos ficam localizados em travessa da Rua dos Dominicanos. Há várias atividades comerciais nesse trecho, tais como borracharia, serralheria, mercearia, quitanda e bares.

Cientes que terão de deixar os imóveis, os trabalhadores se reuniram ontem na sede da CDHU no bairro para pedir que seja disponibilizada área nas proximidades para a instalação dos empreendimentos. Com isso, seria formado centro comercial na área.

"Não estamos nos negando a sair. Queremos um lugar para continuar a trabalhar. Esse é nosso ganha pão. A maioria, paga aluguel dos apartamentos à CDHU com a renda dos comércios", afirmou Luzinete Francisco da Silva, 53, dona de uma quitanda.

A CDHU informou que todos os envolvidos tinham conhecimento de que deveriam desocupar o local desde julho de 2011, quando foram emitidos laudos da Defesa Civil interditando a área.

Segundo a companhia, não haverá atendimento a estabelecimentos comerciais, somente a moradores. Os proprietários foram informados na reunião de ontem sobre a necessidade de retirar os produtos perecíveis com antecedência.




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