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Comércio mantém vivo o pólo moveleiro
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
20/08/2005 | 08:41
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Berço da indústria automotiva e palco de grandes mobilizações trabalhistas, São Bernardo também guarda no currículo o marco da indústria moveleira da região. Base produtiva para centenas de empresas dedicadas à fabricação e venda de móveis até final dos anos 80, o município hoje mantém vivo o tradicional pólo do setor pelas vendas no comércio. A região central da cidade, em especial a rua Jurubatuba, concentra as maiores e mais completas lojas do Grande ABC. E ainda justifica a tradição.

Durante mais de 50 anos - até a chegada das primeiras indústrias automotivas - o setor que nasceu sem qualquer pretensão se manteve como pivô da economia do município, responsável pela maior fonte de arrecadação de impostos e geração de emprego. Além de garantir a demanda regional, o comércio de móveis em São Bernardo ultrapassou as fronteiras do Grande ABC e hoje atrai clientes de outras partes do Estado. "Atualmente, entre 30% e 40% de nossos clientes vêm de outras cidades. É um fator que relembra os anos 70 e 80, época em que as lojas sofriam menos com a concorrência", diz Ivan Picoli, diretor da Mix Móveis.

No entanto, a mercadoria que atualmente abastece vitrines e estoques - antes made in ABC - deixou de ser produzida na região. Para reduzir custos, passou a ser comprada de fábricas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Esse detalhe, porém, não abala o potencial moveleiro do município, na avaliação de empresários do setor.

Lojistas da rua Jurubatuba afirmam que a migração do pólo moveleiro da indústria para o comércio não causa espanto. "O importante é que o público continue a enxergar a cidade como um verdadeiro pólo produtivo, de potencial", completa Picoli.

História - A fama surgiu na época em que São Bernardo aos poucos deixava de ser um conglomerado de chácaras e casas de taipa. Em 1905, o imigrante italiano João Basso fundou a primeira fábrica de móveis do município. A decisão foi o estopim para o surgimento de centenas de pequenas indústrias dedicadas à produção da mercadoria. Nascia, então, o Pólo Moveleiro de São Bernardo.

No começo dos anos 90, o setor ainda segurava-se na segunda posição do ranking dos geradores de impostos municipais, posição perdida na mesma década com a ascensão de outros setores produtivos, como outras indústrias, comércio e serviços.

Apesar disso, o setor ainda mostrava força naquela época. Das 700 indústrias classificadas no começo dos anos 90 como da área de móveis, nas sete cidades da região, metade pertencia à São Bernardo, com 400 lojas e 30 mil empregados. Hoje, os números são imprecisos e pulverizados, mas os empresários afirmam que o potencial moveleiro permanece.




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