O planejamento das redes de água e esgoto é essencial para o desenvolvimento sustentável de qualquer cidade, além de ser questão de Saúde pública. Segundo relatório do Banco Mundial, cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo em desenvolvimento não tem acesso a água tratada e abundante e quase 2 bilhões carecem de um sistema adequado de eliminação de dejetos. Portanto, profissionais especializados são demanda urgente.

Especialistas na área costumam ter formações diversas, da engenharia civil à ambiental e sanitária, curso oferecido em poucas instituições de ensino. Técnicos também têm vez no mercado, e quanto mais o profissional se especializar em um determinado tipo de trabalho, mais chances terá de se encaixar.

O engenheiro civil Fernando Debeus Costa, 53 anos, é diretor de manutenção e operação do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André. O pai dele tinha a mesma formação e atuava na área de saneamento, o que estimulou o filho a fazer a graduação. "Minha intenção era trabalhar com a área de obras, não especificamente saneamento."

Costa fez estágio no setor de transportes, mas foi o saneamento que lhe deu a primeira oportunidade profissional, em 1985, dois anos após concluir a graduação. "Entrei no Semasa e nunca mais saí", comentou.

Quem quer trabalhar com saneamento precisa ter conhecimento de instalações hidráulicas, hidrologia, meio ambiente, sistemas de drenagem e bombeamento, entre outros. "É possível ter diversas formações, mas é essencial buscar cursos de especialização. Há muitos tipos, focados na questão da água e esgoto, mas também em licitações, manutenções da rede, entre outros", explicou. 

SOCIEDADE
A técnica em saneamento da Companhia de Saneamento de Diadema Adriana dos Santos Dias, 37, apaixonou-se pela área ainda na faculdade. "Cursava Engenharia Civil e meu primeiro estágio foi na Cohab, para acompanhar as obras de urbanização de uma favela." Naquele momento, Adriana percebeu que ter água na torneira e esgoto tratado poderia mudar a sociedade. "É uma questão de Saúde pública. Isso é o que me faz gostar do meu trabalho: a possibilidade de ajudar as pessoas a ter qualidade de vida."

Após o primeiro estágio, toda a carreira de Adriana foi direcionada para o saneamento. "Trata-se de uma profissão que tem demanda, principalmente porque agora há incentivo do governo federal por meio do PAC Saneamento", destacou.

Na opinião de Adriana, é a chance de se especializar e entrar no mercado. "Não é apenas o setor público que oferece oportunidades, mas também as prestadoras de serviço."

São Bernardo é a nova parada do Desafio de Redação 

A quinta edição do Desafio de Redação chegou ontem a São Bernardo. Neste ano, os estudantes das escolas participantes devem escrever sobre dois temas: Profissões do Futuro (até 2º ano do Ensino Médio) e Profissões do Pré-sal, Indústria do Petróleo e Gás.

A Escola Estadual Dr. Mathias Octávio Roxo Nobre, no bairro Batistini, abriu a participação do município na competição. "Esta é uma forma de incluir os estudantes nas atividades da cidade", afirmou a diretora do colégio, Yvone Algaba de Souza. "Escola de periferia normalmente é excluída."

A estudante do 8º ano Vanessa Silva Rolin, 13 anos, acha que o desenho é uma forma de expressão. Por isso, ela escolheu o design gráfico. "Sempre entro na internet e pesquiso sobre a profissão."

Para o aluno do 7º ano Caíque da Cunha Araújo, 16, a carreira é algo que passa de geração para geração. Ele quer ser motorista de caminhão, como o pai, que trabalha no transporte de barcos. "Nasci para ser caminhoneiro." (Bruno Martins)