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Advogados brigam no banheiro da USCS
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
24/06/2008 | 07:09
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Dois advogados, ambos estudantes de pós-graduação, tiveram uma briga do banheiro da USCS (Universidade de São Caetano do Sul, antigo Imes) até que um deles entrasse em coma. O confronto ocorreu no último sábado, durante o horário de aula.

Marcelo Zerlim, 47 anos, teve politraumatismo crânio- encefálico e sofreu parada respiratória. Edvaldo Kavaliauskas Quirino da Silva, 33, confessa ser o autor da agressão, mas diz que agiu em legítima defesa.

Os dois se conheciam há dez anos. Os motivos da briga datam de dois anos atrás, quando a dupla encerrou a parceria em um escritório de advocacia em Santo André. A amizade terminou junto com a sociedade e eles estavam sem se falar desde então. A dupla voltou a conviver há seis meses, quando descobriram que seriam colegas de sala. A reproximação não resolveu a inimizade.

No sábado, eles se cruzaram no banheiro e, sozinhos, começaram a discutir. Zerlim teria mandado Silva parar de falar mal dele para outras pessoas e dado um soco no olho do ex-sócio, que teria revidado. A partir daí, segundo Silva, ele teria dado de três a quatro socos no ex-amigo, que caiu no chão e bateu a cabeça. Ao sair do banheiro, Silva procurou a secretaria da universidade e relatou o ocorrido. A USCS chamou a GCM (Guarda Civil Municipal) e o Resgate do Corpo de Bombeiros.

Zerlim foi socorrido até o Hospital Maria Braido, em São Caetano, e depois transferido para o Hospital Baeta Neves, onde tem convênio médico.

Silva foi até a Delegacia Sede de São Caetano e prestou depoimento. O delegado plantonista, Fábio Andrade Benedito, entendeu que o agressor não teve intenção de matar o colega - uma vez que ele procurou socorro - e o indiciou por lesão corporal dolosa grave.

O delegado-titular do distrito, Adílson de Aquino, explicou que a acusação pode se transformar em homicídio caso Zerlim morra.
"Eu me arrependo. Mas sei que, se não fosse dessa maneira, era eu quem estaria no hospital agora", diz Silva. Ele conta que só agrediu o ex-amigo para poder sair do banheiro, e que não queria provocar ferimentos tão sérios no colega.

O irmão do agredido, Marco Aurélio Zerlim, 43 anos, critica a atuação da USCS no caso. Ele diz que a família só foi informada sobre o ocorrido pelo próprio agressor, que telefonou para um amigo em comum. "A USCS deveria ter nos avisado e acompanhado meu irmão até o hospital. Eles só chamaram o resgate e fim de caso", reclama.

Questionada, a USCS enviou uma nota à imprensa informando que chamou as autoridades competentes, mas não diz porque não avisou a família ou destacou um funcionário para acompanhar o caso. No texto, a universidade lamenta o ocorrido.

Zerlim permanece internado em estado grave. Segundo a família, o hospital informou que ele tem 80% de chances de morrer.




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