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Entidades tentam manter Paranapiacaba
José Carlos Pegorim
Da Redaçao
19/02/2000 | 16:23
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"Vamos perder o patrimônio?", perguntou a presidente do Movimento Pró-Paranapiacaba, Anna Gedankien, ao saber que a liqüidante da Rede Ferroviária Federal, Anália Martins, considera a hipótese de vender a Vila ferroviária.

Anna Gedankien já fala em transformar a campanha que o movimento lança na próxima quinta-feira, dia 24, em um "levantamento da sociedade para restaurar a Vila". A campanha Vamos Restaurar a Vila, apesar do nome amplo, foi pensada inicialmente para arrecadar fundos para a restauraçao do imóvel que servirá de sede para a entidade em Paranapiacaba. Mas, agora, pode abranger a cidade inteira. "O projeto é grande, mas imagino que nao se trata apenas da nossa casa - que eu nem sei se já nao venderam. O barulho tem de ser bem maior."

A campanha será lançada às 19h na loja 312-A no Shopping ABC (avenida Pereira Barreto, 42, Santo André). Vao ser vendidas camisetas (R$ 10) e adesivos (R$ 1), e estarao expostas 30 fotografias em tamanho 30x40 feitas nos últimos dez anos pelas equipes de reportagem do Diário.

A casa (cedida pela Rede Ferroviária) do Movimento, uma construçao de madeira num terreno triangular situado na rua Fox, fica logo à entrada da parte baixa da Vila. O custo completo de uma restauraçao, segundo a presidente da entidade, gira em torno de R$ 30 mil. Várias tentativas de obter patrocínio privado falharam.

O movimento quer tirar da gaveta projetos que nao foram para frente por falta de recursos e patrocínio. Entre eles estao uma cartilha sobre a Vila, que seria distribuída aos professores da regiao como subsídio às aulas, já que nao há muito material de fácil acesso impresso sobre o tema; uma peça de teatro (com cenário montado na própria cidade); e a inauguraçao oficial da sede restaurada. "Nao podemos mais esperar, agora estamos com a campanha na rua."

Segundo Anna, a melhor soluçao seria a Rede, diante da sua extinçao, doar Paranapiacaba para a Prefeitura. "Acho sim que a Rede deveria doar o terreno, mas ela tem acionistas, e foram eles reunidos em assembléia que resolveram pela dissoluçao (da empresa). Agora, temos de agir politicamente."

A entidade, uma ONG (Organizaçao Nao-Governamental) organizou em 1988, junto com a Associaçao dos Engenheiros e Arquitetos do Grande ABC, o seminário que lançou a expressao "órgao gestor" para definir a instituiçao que, reunindo sociedade civil, Rede e governo, tomaria conta do patrimônio.

O projeto de uma fundaçao de direito privado com esse fim foi feito a quatro maos entre o Fórum da Cidadania e a Prefeitura durante todo o ano passado. Ela receberia da Rede o patrimônio da Vila (prédios e maquinário). Está parado, à espera de uma definiçao da Rede quanto aos destinos da Vila.




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