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Convênios mantêm famílias em São Caetano
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
31/08/2002 | 19:09
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Elizabete Júlia Almeida de Araújo, 47 anos, nove filhos, dois netos, está inscrita em vários programas sociais da Prefeitura de São Caetano. São esses convênios que mantêm a família alimentada. Ela mora em um barraco de uma minifavela, localizada na rua Sílvia, onde vivem outras três famílias.

Ela está na Frente de Trabalho da Prefeitura. Recebe R$ 190 mensais. Ganha cesta básica, bolsa-escola, vale-gás e inscreveu-se, recentemente, no vale-alimentação. Ao todo, somados os benefícios sociais, recebe R$ 300. Ela é a única da família que está trabalhando (o menor dos filhos tem 10 anos e o maior 28, um deles tem síndrome de Down).

Em São Caetano, 7.866 pessoas, segundo o IBGE, estão na mesma situação de Elizabete e ganham até R$ 300 por mês. Outras 6.914 pessoas não têm qualquer rendimento.

São Bernardo – Margarete Aparecida de Jesus, 35 anos, cinco filhos, vive em um barraco de madeira de três cômodos na favela do Poney Club. O marido faz bicos, trabalha de ajudante de pedreiro. Ela fica em casa, cuidando das crianças. A família ganha R$ 230 por mês. “Dá para comprar só o necessário.”

Margarete está inscrita no Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e deveria receber R$ 40 por criança que não trabalha, o que totalizaria R$ 160 por mês. Só que o dinheiro não sai todo mês. “Recebi em abril e não há previsão de quando vou receber novamente.” Em outro programa, ela recebe quatro litros de leite por semana.

Segundo Margarete, o projeto assistencial Vida Nova tem ajudado muito sua família. “Quatro das minhas crianças saem da escola e ficam no projeto, onde recebem alimentação.”

Há dois anos, eles passaram muita dificuldade, quando o marido ficou desempregado. “As crianças pediam comida e eu não tinha o que dar.” Hoje, a situação continua difícil. Quando acaba o gás e ela não tem dinheiro para repor o botijão, usa lenha para cozinhar. Ela coloca blocos de um lado e de outro, põe a madeira no meio, faz fogo e cozinha o arroz e feijão. “É ruim quando está chovendo.”

Em São Bernardo, 55.939 pessoas recebem até R$ 300 por mês; 82.979 pessoas não têm rendimentos.




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