A experiência de Santo André no combate às enchentes fez com que a cidade recebesse convite do Ministério das Cidades para sediar, de segunda-feira até o próximo sábado, o 1º Seminário Internacional de Gestão de Território e Manejo Integrado das Águas Urbanas: Análise das Experiências e Capacitação de Agentes Municipais. Além de ser o anfitrião, o município vai apresentar o que fez desde o final da década de 90 para evitar os alagamentos.

O evento faz parte de um acordo de cooperação entre os governos do Brasil e da Itália e é o primeiro passo para o país formar sua Escola de Águas, nos mesmos moldes do centro técnico italiano já existente em Turim. A escola tem o objetivo de capacitar estudantes para trabalharem com áreas de risco e enchentes e torná-los aptos a traçarem projetos consistentes a serem aplicados de acordo com a realidade de cada cidade.

Além de Santo André, Belo Horizonte, Manaus e Recife são os outros municípios brasileiros que participarão do seminário. Belo Horizonte e Santo André possuem experiências semelhantes nos projetos de drenagem desenvolvidos desde 1998. Recife mostrará programas realizados nas áreas de mangues no estuário do Rio Capibaribe e Manaus, por sua vez, exibirá como vem lidando com os graves problemas de escoamento de água em sua área urbanizada.

O seminário será aberto ao público apenas nesta segunda-feira. De terça-feira a sábado, especialistas italianos da Universidade de Turim, técnicos das companhias de saneamento das cidades participantes e professores de universidades brasileiras vão se reunir para discutir experiências e estabelecer o intercâmbio. A apresentação de Santo André ficará a cargo da engenheira Angélica Ferrini, gerente de drenagem do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento

Ambiental de Santo André), que contará com a colaboração do professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), Sadalla Domingos.

Segundo o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior, nos últimos oito anos foram feitos investimentos de R$ 60 milhões em obras contra enchentes, desde a implantação do Plano Diretor de Drenagem, iniciativa pioneira no Brasil. Neste ano, serão gastos R$ 12 milhões na área. “Santo André é uma das cidades do Brasil que mais interfere na questão das enchentes e fomos escolhidos pelo Ministério das Cidades como referência na gestão integrada e manejo das águas urbanas”, afirma, em nota, o superintendente. Em 11 de janeiro, a cidade foi a única da região que não sofreu grandes problemas com o temporal que castigou o Grande ABC.