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Aparelhos celulares são alvo de vírus enviado por arquivos MMS
Luciele Velluto
Especial para o Diário
22/03/2005 | 14:23
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Os aparelhos celulares entraram na mira das pragas digitais. Há duas semanas foi descoberto um vírus que se propaga via MMS (mensagens multimídias) – o Commwarrior.A –, que, ao contrário dos arquivos maliciosos anteriores, não precisa ser autorizado para espalhar a contaminação. Por meio das MMS podem ser enviadas mensagens de texto e arquivos com sons e imagens.

Após infectar o aparelho mediante a execução do arquivo recebido, o Commwarrior.A invade a agenda de contatos do celular e envia uma cópia do vírus por meio de mensagens ou por Bluetooth - que até então era o único meio de contaminação e precisa de autorização para ser aceito. A propagação desse vírus mais recente é o que mais preocupa, já que o MMS tem alcance global. O vírus foi encontrado em celulares Nokia com a interface Series 60 e sistema operacional Symbian. A origem do Commwarrior.A está sendo investigada. Até agora, as indicações são que partiu da Rússia.

O primeiro vírus identificado foi o Cabir, há nove meses. Encontrado em 17 países, ele usa o sistema Bluetooth para se expandir. Também utiliza o sistema Symbiam, de tecnologia GSM. O arquivo malicioso foi desenvolvido por um grupo de hackers que criam vírus conceituais, que servem de demonstração para falhas em sistemas operacionais e não têm código destrutivo.

“Esses vírus se propagam mais rápido que um resfriado. Os celulares não são bloqueados e as pessoas não têm conhecimento de como proteger seu aparelho. Existem vírus que também podem danificar a bateria ou a câmera fotográfica. É só uma questão de tempo para que esses arquivos se espalhem”, explica Daniel Carbone, diretor de operações no Brasil e no Mercosul da F-Secure, empresa de tecnologia de segurança que desenvolve anti-vírus para celulares há cinco anos.

Até hoje não foi registrado nenhuma contaminação no Brasil. “Só houve o desenvolvimento de um vírus, o Velasko, por um programador brasileiro. Ele utiliza o Bluetooth para ser transmitido, mas não é nocivo, e o anti-vírus está disponível no próprio site do criador.” Apesar disso, o vírus serviu de base para o desenvolvimento de 32 versões do código.

GSM – O Symbiam é usado por grandes fabricantes mundiais de celulares, como Nokia, Sony Ericsson, Siemens, Motorola, Samsung e Panasonic. No Brasil, esse sistema operacional é oferecido apenas em operadores de GSM, que, no final de 2004 e início deste ano, ultrapassou o número de clientes de outras tecnologias. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), são cerca de 23,7 milhões de usuários de GSM no país, contra 19,7 milhões de CDMA e 22,8 milhões de TDMA.

A operadora de telefonia celular Claro fechou um acordo com a Trend Micro para oferecer anti-vírus para seus clientes. “É uma solução completa de anti-vírus e anti-spam para não haver o risco de perda de dados ou de produtividade de quem utiliza muito o celular. É mais voltado ao mercado corporativo”, afirma Rodrigo Pellicciari, gerente de marketing Trend Micro. A versão disponível é a 1.0. É preciso que o usuário faça as atualizações do arquivo de proteção. “O 2.0 deve estar disponível em junho e fará as atualizações sozinho.”

A TIM recomenda que seus clientes só baixem arquivos de sites seguros. A Samsung informa que não utiliza o sistema operacional Symbiam no Brasil. A Motorola alega desconhecer vulnerabilidade de segurança de seus aparelhos celulares.



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