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Transporte público é considerado caro por usuários
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
20/01/2004 | 22:52
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As passagens de trem, ônibus e metrô são consideradas caras ou muito caras por 76% dos usuários desses meios de locomoção na região metropolitana de São Paulo, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).

O levantamento separou as opiniões por tipo de transporte. No caso do Grande ABC, os índices de rejeição às tarifas seguem a média geral: andar nos trólebus do corredor São Mateus-Jabaquara, nos trens da CPTM e nos ônibus intermunicipais sai muito caro para, respectivamente, 76%, 77% s 78% dos passageiros entrevistados.

A maior surpresa da pesquisa da ANTP ficou por conta dos trens. Na edição anterior do levantamento, de 2002, os trens foram considerados o meio de transporte ‘menos caro‘ da região metropolitana, com 55% de reprovação em relação ao valor da tarifa.

Para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a opinião é reflexo do último reajuste, aplicado em agosto de 2003. Na época, a passagem saltou de R$ 1,55 para R$ 1,90, uma variação de 22,5%.

O assistente técnico da gerência de gestão da qualidade da companhia, João Carlos Campos, afirmou que o reajuste foi aprovado pelo Governo do Estado e teve como base a inflação do período, custos com a manutenção do sistema e o suposto aumento da renda do usuário.

“Mesmo depois do reajuste, o preço da passagem ainda é mais baixo do que o custo real de gastos com a malha (ferroviária)”, afirmou Campos.

O técnico não soube dizer qual seria o valor ideal para CPTM, mas adiantou que não estão previstos mais aumentos para os próximos meses. Segundo Campos, um passageiro percorre em média 22 quilômetros por embarque no trem, uma média considerada alta em relação aos outros meios de transporte da região metropolitana. “Esse é um dos fatores que deixa o serviço mais caro.”

Nas ruas, a opinião dos passageiros de trem confirma a rejeição apontada na pesquisa da ANTP. Cibele Ferreira, 18 anos, mora no Jardim Canada, em Mauá, e trabalha como operadora de caixa de um hipermercado da Capital. Para chegar ao serviço, ela é obrigada a usar duas conduções: um trem e um ônibus. No fim do mês, o gasto com passagem chega a representar cerca de 20% de seu salário. “É um absurdo, mas não posso fazer nada. Preciso do transporte.”

Para o representante comercial Anderson Melari, 28 anos, o trem é quase uma ferramenta de trabalho.

“Todos os dias faço várias viagens para visitar clientes. Se a tarifa fosse mais baixa, ficaria mais fácil de trabalhar. O problema é que, antes, a passagem era muito mais barata em relação as outras opções. Hoje o preço está nivelado”, afirmou.




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