O objetivo do Estado em aplicar a prova diagnóstica, que também ocorreu na disciplina de Matemática, era identificar os alunos com conhecimento abaixo do básico de acordo com a série que frequentam e encaminhá-los ao reforço escolar. As crianças que tivessem pontuação inferior a 50 eram classificadas dessa forma. Na cartilha de orientação que a direção recebeu, há um tópico para que os professores considerem o registro do texto "em sistema de escrita que não o alfabético".

A professora Eugênia (nome fictício), que há 13 anos atua na rede pública, explicou que o aluno que conseguisse expressar minimamente o tema da redação sobre um passeio ao zoológico, independentemente dos erros gramaticais, escaparia da recuperação. Para ela, os critérios de avaliação mascaram a realidade. Até porque, se a maioria das classes fosse encaminhada ao reforço não haveria professores nem espaço suficientes.