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Estudo aponta que lei contra álcool pode penalizar 31% dos motoristas
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
01/07/2008 | 07:17
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Cerca de 31% dos motoristas podem ser penalizados pela nova lei de trânsito que estabelece tolerância zero para quem ingerir álcool. O número é resultado de uma pesquisa realizada durante dois anos pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em seis cidades brasileiras, entre elas, Diadema.

Ao todo, participaram do estudo 5.250 pessoas. Além de Diadema, foram entrevistados motoristas em São Paulo, Jundiaí, Santos, Belo Horizonte (Minas Gerais) e Vitória (Espírito Santo) entre 2005 e 2007.

O índice daqueles que pagariam multa e teriam suspensa a carteira de habilitação é a soma de 19,3% dos motoristas abordados que apresentaram alcoolemia (concentração passageira de álcool) acima dos 6 decigramas de álcool por litro de sangue, anteriormente permitidos por lei, e de 11,8% dos que foram pegos com valores abaixo do limite e, hoje, não teriam como escapar da legislação.

Diadema ficou com o posto de cidade com menor incidência de motoristas que seriam pegos pela nova lei, de acordo com o psiquiatra responsável pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp e coordenador da pesquisa, Ronaldo Laranjeira. "Foi o menor índice porque a cidade já tem medidas contra o álcool pré-estabelecidas", diz o especialista referindo-se à Lei Seca que entrou em vigor no município em 2002.

Desde então, donos de bares são obrigados a fechar as portas das 23h às 6h.
No outro extremo estão os motoristas de Belo Horizonte e Vitória. Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, falta maior regulação do álcool para mineiros e capixabas.

Os números levantados pela Unifesp são nada menos do que seis vezes maiores do que os apontados em estudos semelhantes realizados em outros países.

"Nunca implementamos um sistema de fiscalização. No Brasil, temos o que chamam de um mercado de álcool completamente desregulado e nos países desenvolvidos isso não acontece", avalia Laranjeira.




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