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ONG oferece acolhimento para refugiados em Rio Grande da Serra

Entidade funciona há 15 anos na região; a maioria das pessoas que estão no local vem do Afeganistão

Da Redação
03/05/2024 | 08:14
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FOTO: André Henriques/DGABC


Em uma estrada de terra, a 15 minutos do Centro de Rio Grande da Serra, está a ONG (Organização Não Governamental) Aprisco. No trajeto, pontos de ônibus pintados de tinta amarela, bicas, chácaras afastadas umas das outras, cavalos, galinhas e mato alto são alguns dos tantos elementos que podem ser observados na viagem. Logo na entrada da ONG, é possível ver as casinhas feitas de materiais recicláveis ou com itens de doação. Em um espaço extenso com acomodações, capela e outras áreas comuns, 35 refugiados são abrigados pelos voluntários da entidade social. A maioria vinda do Afeganistão. Saíram do país de origem por causa de perseguições religiosas, étnicas ou políticas.

“Já atendemos 210 afegãos. Antes, alguns sírios. Há uma perseguição religiosa em várias partes do mundo. Temos aqui os pashtuns, hazaras e tadjiques – três das quatro etnias mais conhecidas do Afeganistão. Os hazaras sofrem com uma tentativa de ‘limpeza étnica’ que está acontecendo no país e também porque eles são xiitas em um local de sunitas. Tentamos manter os costumes deles. Nossa prioridade é respeitar as crenças e diferenças de cada um”, detalha Edson Carvalho, 59, responsável pela ONG, que funciona há 15 anos e, desde 2021, disponibiliza as acomodações.

Além do acolhimento, a Aprisco oferece aulas de português, cultura brasileira, música, noções trabalhistas, marcenaria e carpintaria. Também vacinam os moradores e regularizam as documentações deles. A partir da formalização como refugiados, eles têm direito a recursos, como o Bolsa Família. 

Segundo Carvalho, os refugiados ficam por até cinco meses na ONG. Depois, são ‘adotados’ por outras entidades, igrejas e o Rotary Club por mais um ano, intervalo em que recebem ajuda com aluguel e na integração com a comunidade. “Após esse período, eles têm que caminhar sozinhos. O português é uma barreira. Falam persa ou línguas que variam conforme a etnia. Aqui, precisam reaprender tudo. A maioria das mulheres é analfabeta porque elas não podiam estudar”, explica.

Ao todo, de forma fixa, são cinco voluntários na Aprisco. Outras pessoas ajudam conforme disponibilidade. 

A entidade precisa de todo tipo de doação para se manter, como alimentos, roupas, calçados e materiais de higiene pessoal. Para o futuro, desejam construir jardim terapêutico e horta para que os afegãos possam ter outras atividades para se dedicar. O contato pode ser feito pelo Instagram (@ongaprisco) ou (11) 4826-2053.




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