Os alunos de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental da EE Professor Nicolau Moraes Barros (Premen), de Santo André, que foram repor aula ontem tiveram pipoca como merenda. Uma professora contou que os funcionários tiveram de improvisar para não deixar os estudantes sem comer.

A Secretaria Estadual da Educação confirmou o problema, mas alegou que a distribuição da merenda em Santo André é descentralizada: o governo faz o repasse em dinheiro e cabe à Prefeitura providenciar as refeições. A administração de Santo André foi procurada ontem à noite, porém disse que necessitaria levantar as informações e não teria condições de se pronunciar antes de amanhã.

BOLACHA E LEITE - Na EE Professor Wanda Bento Gonçalves, de Santo André, também houve reclamação. Segundo um professor, normalmente a merenda é sopa ou cereais, mas ontem foi bolacha de água e sal com leite puro. "Não foram capazes de colocar nem achocolatado no leite", lamentou.

O docente contou que havia reposição de aulas nos quatros turnos, mas, como o Estado não garante a segurança dos professores e alunos, haveria muitas ausências. "Eu mesmo não vou dar aula. Ninguém chegou para os professores e questionou alguma coisa. A direção simplesmente fez o calendário e nos empurrou goela abaixo."

A Secretaria Estadual da Educação informou que a distribuição de bolacha e bebida láctea, chamada de merenda seca, não é irregular e é considerada nutritiva. Segundo a Diretoria de Ensino de Santo André, como ontem foi o primeiro dia de reposição e a escola não sabia qual seria a demanda de alunos, a merenda seca foi a opção para não errar na dose e evitar desperdícios. (Colaborou Vanessa Fajardo)