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Woody Allen diz que casamento com filha adotiva foi 'fortuito'
Da AFP
01/11/2005 | 14:50
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O cineasta americano Woody Allen acredita que o escândalo provocado em 1992 por sua separação da atriz Mia Farrow e o casamento com a filha adotiva da ex-mulher está entre os acontecimentos mais fortuitos de sua vida.

Em uma rara e longa entrevista publicada na última edição da revista Vanity Fair, o cineasta recluso, cronista das neuroses de Nova York, que fará 70 anos em dezembro, também falou dos desconfortos físicos causados pela idade e da falta da suposta sabedoria trazida pela maturidade.

"Envelhecer é uma coisa terrível. Tudo é ruim. Você se deteriora fisicamente e morre", queixou-se. "Não adquiri nenhuma sabedoria, nenhum insight, nenhum amadurecimento. Hoje eu cometeria todos os mesmos erros de novo".

Sobre seu casamento com Soon-Yi Previn, agora com 34 anos, o diretor disse que seu relacionamento assumiu um "caráter mais paternal" nos últimos anos. Ela é filha adotiva de Mia Farrow e do músico Andre Previn.

Allen vivia um longo relacionamento com Mia quando a atriz descobriu fotos da filha adotiva nua no apartamento do cineasta. O escândalo resultante - Farrow acusou Allen de molestar outra filha que os dois adotaram juntos - foi extremamente danoso, mas o diretor insistiu que o evento mudou sua vida de forma positiva.

"Foi um dos maiores momentos de sorte da minha vida", afirmou. "Foi um momento decisivo que mudou minha vida para melhor". Allen e Soon-Yi Previn se casaram em 1997.

"Se alguém me dissesse quando era mais jovem, 'Você vai acabar se casando com uma moça 35 anos mais jovem que você e além disso, uma coreana, fora do show business, nada interessada no show business', eu teria dito, 'Você está completamente maluco'", brincou.

Apesar da pesada disputa legal que se seguiu à separação de Mia Farrow, Allen insistiu que ele não guarda rancor e que até considerou escalar a atriz para seu filme "Poderosa Afrodite", de 1995.

"Eu não sou o tipo de pessoa que pensa, 'Bem, você fez uma coisa terrível comigo e por isso não vou trabalhar com você'", explicou. "Quero dizer, você estabelece limites. Eu não escalaria Hermann Goering para um papel, mas sim os crimes de Nuremberg".

"Match Point", o último filme de Allen e que estréia nos cinemas americanos em dezembro, tem sido descrito como uma volta ao formato que renderam ao prolífico diretor dois Oscar: com "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (1977) e "Hannah e Suas Irmãs" (1986).




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