Setecidades Titulo
Índice mostra disparidade regional
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
18/09/2003 | 21:43
Compartilhar notícia


Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires ficaram acima ou colados com a média estadual do IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), um índice de qualidade de vida que mede riqueza, longevidade e escolaridade da população, criado pela Fundação Seade para a Assembléia Legislativa e divulgado esta quinta-feira. As quatro estão entre as melhores cidades do Estado, o grupo 1 do IPRS. Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra, no grupo 2, das cidades injustas, ficaram abaixo da média.

É a terceira vez que o índice é calculado. As outras duas vezes foram em 1992 e 1997. O IPRS é mais completo que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas), segundo Felícia Madeira, diretora da Fundação Seade, porque abrange dados como a quantidade de pessoas formadas no ensino médio, enquanto o IDH avalia apenas o total de analfabetos. No geral, os municípios que têm os melhores índices são Barueri (riqueza), Santa Salete (longevidade) e Oscar Bressane (escolaridade). As médias estaduais aumentaram em longevidade, passando de 60 para 65 pontos, e escolaridade, de 71 para 87, e ficou estável em riqueza, se mantendo nos 60 pontos.

Na região, São Caetano, com a quarta melhor avaliação do Estado em riqueza, é quem mais se aproxima do topo de algum dos itens analisados. Na Região Metropolitana, porém, a cidade tem o melhor índice de escolaridade e o segundo índice de riqueza, perdendo apenas para Barueri.

A região apresentou várias quedas nos rankings do IPRS. Santo André, que em 1997 estava na 19ª colocação em escolaridade, caiu para a 63ª, e mesmo São Caetano foi da 2ª para a 19ª posição. São Bernardo perdeu em riqueza: em 1997, estava na 7ª colocação; agora, está na 12ª.

De acordo com o assessor técnico da Fundação Seade Sinésio Pires Ferreira, a mudança da Região Metropolitana de São Paulo – que se tornou menos industrial e mais prestadora de serviços, assim como o Grande ABC – causou um congelamento na riqueza dos municípios. “Só que isso não impediu o avanço em investimentos em saúde e educação”, disse. A queda nos rankings, entretanto, não significa que a região deixou de melhorar desde 1997. O que aconteceu é que outras cidades, comparativamente, evoluíram mais rápido. O efeito vale também para São Caetano, que, em dezembro do ano passado, em pesquisa feita pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Fundação João Pinheiro, foi considerado o município com o melhor IDH do país.

O IPRS tem como base os dados do Censo 2000 e avaliou os 645 municípios do Estado. A riqueza do município é medida pelo consumo de energia elétrica residencial, industrial e comercial e pela remuneração média dos empregados com carteira assinada. A longevidade leva em consideração a porcentagem de mortalidade infantil, de adultos com mais de 60 anos e de pessoas entre 15 e 39 anos. A escolaridade considera a porcentagem de jovens entre 15 e 19 anos que concluíram o ensino fundamental, entre 20 e 24 anos que acabaram o ensino médio, quantidade de jovens e adultos alfabetizados.

Jovens – É no quesito quantidade de jovens entre 20 e 24 anos formados no ensino médio que a região apresenta o corte que diferencia os dois grupos. Enquanto Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires têm médias acima de 50%, Mauá, Diadema e Rio Grande da Serra não ultrapassam os 41%.

Esse corte, na região, divide os municípios nos mesmos grupos definidos pela Fundação Seade, ao todo cinco. Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires estão no grupo 1, que reúne as melhores cidades do Estado, consideradas pólo de desenvolvimento, concentradas ao longo de rodovias como a Anhangüera e Dutra e que dependem fortemente da atividade industrial. Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra estão no grupo 2, dos municípios dinâmicos ou injustos, com índices de riqueza considerado bom, mas que não têm suficiente investimento em educação e saúde. Nesse grupo, o índice mínimo é de 50 pontos e Rio Grande da Serra é um caso exemplar: pulou de 49 para 51, deixando de ser cidade que, apesar de não ter tantos recursos, tem bom investimento em medidas sociais.

O IPRS tem ainda mais dois grupos: municípios em transição; e o grupo de municípios com pior desenvolvimento.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;