Prefeito de Mauá revoga decreto de calamidade e cita medidas que afetam empresa da família
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O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), deixou para trás o estilo paz e amor que pregou quando reassumiu o Paço, no mês passado, e decidiu partir para o confronto com a família da vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), que governou a cidade nos 126 dias em que ele ficou afastado.
Ontem, o socialista revogou o decreto de calamidade financeira editado pela gestão da emedebista, como havia antecipado o Diário no dia 27, mas ao mesmo tempo anunciou medidas financeiras que afetam ou podem afetar a Lara Central de Tratamento de Resíduos Sólidos, de propriedade de Wagner Damo, sobrinho da vice-prefeita.
Na coletiva de imprensa que convocou para falar sobre as finanças da cidade, o socialista evidenciou a postura que adotará daqui para frente com o clã Damo, cujo patriarca é o ex-prefeito Leonel. Em discurso recheado de críticas ao decreto de Alaíde, sem atacar diretamente a emedebista, Atila afirmou que reduziu em cerca de R$ 2 milhões o contrato com a Lara e anunciou ainda, sem dar detalhes, que o município estuda taxar a empresa, que possui aterro sanitário na cidade, pelo depósito de resíduos de residências de outros municípios. Segundo o prefeito, a taxa seria forma de compensação ambiental.
No mesmo decreto em que revoga o estado de calamidade financeira, Atila estabelece diretrizes para alcançar a economia dos gastos públicos. Entre elas, fim de horas extras, restrição do uso do celular corporativo e redução do combustível da frota municipal. “É fácil decretar estado de calamidade e fugir dos problemas. Tenho que pedir desculpas à população de Mauá pelas decisões equivocadas contra a Legislação”, disse o prefeito, ao cravar que “gastou-se mais” nos quase quatro meses em que vigorou o antigo decreto.
O prefeito, porém, evitou quantificar esse prejuízo. Estimou apenas que, nesse período, a gestão interina despendeu pelo menos R$ 2,4 milhões a mais. Nessa conta incluíram valores referentes a rescisões provenientes de demissão de vários servidores comissionados e mudanças de contratos de terceirizados da área da Saúde. O socialista voltou a falar que o governo interino não “fez a lição de casa” e negou que o decreto de calamidade tenha sensibilizado os governos federal e estadual e resultado em repasses de verbas.
OUTRO LADO - Ex-secretário de Governo da Alaíde, Antônio Carlos de Lima (PRTB) contestou as declarações de Atila, afirmando que o prefeito “mentiu”. Para ele, o decreto assinado ontem tem o mesmo efeito do que foi editado por Alaíde. “Atila está usando isso para colocar uma cortina na frente da situação econômica do município. O decreto dele mostra que Alaíde estava correta. Ela ensinou ele que é preciso equilibrar as contas”, disparou o ex-secretário, ao completar que, só com o exugamento do contrato com a FUABC (Fundação do ABC), a gestão interina economizou pelo menos R$ 2 milhões.
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