Setecidades Titulo São Bernardo
Placas de bronze são alvo no Cemitério Pauliceia

Equipe do Diário contabilizou pelo menos 100 sepulturas sem identificação ontem

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
03/10/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


 A marca no cimento, onde antes havia chapa com o nome da pessoa morta, denuncia o crime. Famílias têm que lidar com o furto recorrente de placas de identificação, molduras e grades de bronze no Cemitério Municipal Pauliceia, no bairro de mesmo nome, em São Bernardo. O que antes era caso isolado, com uma ocorrência a cada mês, virou rotina. A equipe do Diário contabilizou pelo menos 100 objetos faltantes em apenas três fileiras.

“O que está acontecendo aqui é muito grave. E ocorre ''''na cara'''' dos guardas”, criticou o metalúrgico aposentado José Xavier Mol Júnior, 67 anos, que cuida do túmulo da família, onde seis placas foram roubadas há poucos dias. No caso dele, ao menos as fotos dos familiares ficaram, coisa que não aconteceu em outras sepulturas, onde não sobrou nada. “Cada placa dessas custa R$ 250 com foto, e R$ 150 sem. Agora vou colocar de inox, cansei. Não é a primeira vez que isso acontece”, lamentou.

Dos objetos presentes na sepultura da família do motorista aposentado Nilton Xavier Mol, 64, sobraram as fotos emolduradas e dois vasos de flores, chumbados na superfície. “A pessoa preserva a memória de quem ela ama e vem alguém e leva tudo. É um sentimento duro. Já tivemos de trocar a grade de proteção, usada para que animais não entrem no túmulo, por uma de granito – antes era de bronze – para evitar roubos. O pior é que a gente sabe que se tem alguém que rouba, tem alguém que compra. Virou um negócio para gerar dinheiro.”

Uma moça, que pediu para não ser identificada, afirmou à equipe do Diário que os furtos ocorrem durante o dia. “Se você vier aqui de manhã e voltar à tarde, vai perceber que algumas coisas não estão mais no lugar”, denunciou. Ela já encontrou itens como colheres e pedaços de ferro próximos aos túmulos furtados e acredita que sejam os objetos usados pelos criminosos. Um funcionário, que também não quis ter o nome divulgado, confirmou o problema, mas destacou que nunca flagrou ninguém durante o ato. “Não sei como (os ladrões) fazem, mas são muito rápidos. Também não sei como entram e qual horário”, falou rapidamente.

A Prefeitura de São Bernardo conta com dois funcionários responsáveis pela vigia do cemitério da Pauliceia em dois turnos. A administração promete intensificar a fiscalização com rondas da GCM (Guarda Civil Municipal). A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou, ainda, que o 5º DP (Pauliceia) investiga o furto de sete placas de bronze no local. “Diligências são feitas em busca de elementos que auxiliem na identificação dos autores.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;