Moradores de regiões mais afastadas de Santo André reclamam que não recebem a mesma atenção do que as áreas centrais por parte da Prefeitura em relação à zeladoria. A comunidade de bairros como Jardim Irene, Jardim Santo André e Vila Luzita cobra a resolução de problemas, como lixo e entulho descartados de forma incorreta, buracos nas vias e mato alto. 

No Jardim Santo André, na Rua Lamartine, junto ao bloco 76, os problemas se acumulam. Às margens do córrego, há ponto de descarte de entulho irregular que acumula desde restos de construção até móveis velhos, pneus, patins e muletas. Segundo moradores, a limpeza em si não é o suficiente. É necessário fiscalização e trabalho de conscientização junto à população. “Nunca vi (o local) completamente limpo. Se tiram o entulho, volta tudo em menos de um dia. Falta fiscalização”, afirma a auxiliar de cozinha Maria de Souza, 44 anos. 

O problema que mais dá dor de cabeça aos residentes do Jardim Santo André, entretanto, é o estado das vias públicas. “Difícil achar uma rua do bairro que não esteja esburacada. É difícil ver algum conserto por aqui”, observa a doméstica Elisete Dill, 43, que mora na Rua 11 há mais de 20 anos. Ela destaca, ainda, que bairros afastados do Centro da cidade, apesar de mais problemáticos, não recebem a devida atenção por parte do poder público. “Trabalho no (bairro) Campestre e vejo como as ruas são cuidadas lá. Obviamente a prioridade não é aqui.”

Procurado, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que o ponto de descarte é limpo duas vezes ao mês e, em setembro, foi atendido nos dias 4, 11 e 22. Para reduzir pontos irregulares de acúmulo de resíduos, a autarquia instalou, no fim do ano passado, estação de coleta na Avenida Loreto.

No Jardim Irene, praça localizada na Rua Saturno concentra, além de mato alto, lixo acumulado. Segundo o conferente Carlos Alberto dos Santos, 34, mal dá para levar o filho Daniel, 5, para brincar no parquinho instalado na área verde. “A questão é difícil. Hoje até que está arrumada (a praça). Já ficou bem pior.” 

Para o metalúrgico aposentado Luiz Cunha, 80, o principal transtorno é a presença de usuários de drogas no endereço. “Tem esse ar de abandono. A iluminação também não é muito boa. Fica fácil para os caras virem fumar aqui todo dia.” 

Em relação às vias esburacadas e a manutenção da praça, a Prefeitura de Santo André afirmou que mantém cronograma para percorrer toda a cidade com serviços de poda, capina e roçagem e que os locais serão objetos de vistorias nos próximos dias para levantar os pontos que necessitam ser reparados, incluindo os serviços de tapa buraco.