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Bilhete único estréia em Mauá com poucos usuários
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
13/07/2004 | 21:29
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Poucas pessoas utilizaram o bilhete único em Mauá nesta terça, primeiro dia de operação do sistema que permite a integração entre duas linhas de ônibus sem a necessidade de passar pelo Terminal Central. No máximo, 120 usuários fizeram uso do cartão eletrônico. Isso se todos os passageiros que compraram o bilhete até o fim do dia desta terça realmente testaram o novo sistema.

O objetivo da prefeitura é colocar em circulação 35 mil cartões eletrônicos, número estimado de usuários que precisam andar em mais de uma linha diferente para chegar ao destino pretendido. Ao contrário do que se esperava, o Terminal Central continuou lotado de passageiros, que ainda faziam a troca de ônibus – ou a baldeação, como chamam – do único jeito que conhecem, que é passando por ali.

“Outro tipo de integração... Onde vende esse bilhete único?”, perguntou a cabeleireira Miriam Pereira de Souza, que mora no Itapark e estava esperando o ônibus com destino ao Jardim Zaira. Caso conhecesse o novo sistema, ela poderia ter descido no caminho entre a casa dela e o terminal, em algum ponto em que as duas linhas se cruzassem.

A reportagem do Diário apurou que, até agora, há pouca divulgação do bilhete único. Não existem cartazes nos ônibus ou nos terminais para anunciar o novo sistema. Um jornal explicativo – com 50 mil exemplares, segundo a prefeitura – foi distribuído dias antes pela cidade, mas dezenas de usuários ouvidos disseram desconhecer a iniciativa.

Apesar dos números iniciais não serem muito animadores, o secretário de Serviços Urbanos de Mauá, Valdeir Ribeiro, disse que a venda de 41 cartões até o início da tarde desta terça era “muito positiva”. “Acho que vendeu até que muito. As pessoas vão aderindo aos poucos, é normal. Até mudar o hábito de todo mundo, demora”, afirmou Ribeiro.

Segundo o secretário, a “divulgação forte vai começar agora”, quando a prefeitura deve adotar cartazes e outdoors na campanha. A cobradora de ônibus Lia Márcia dos Santos começou a trabalhar nesta terça antes das 4h e até às 10h30 ainda não tinha visto nenhum passageiro com cartão eletrônico. “Algumas pessoas só me perguntaram se já estava vendendo. Mas até agora, nada”, contou. Outro cobrador, Anésio da Silva, não estava muito seguro quanto a venda do bilhete. “Já está vendendo? Nem sabia”, disse.

A previsão é de que a prefeitura gaste R$ 712 mil por ano na locação, instalação e manutenção das catracas eletrônicas. O Terminal Central ainda será utilizado para fazer a integração entre linhas que não se cruzam fora dele. Quem vem da Vila Mercedes, Guapituba, Camila, Parque São Vicente, Vila Carlina, Sertãozinho e Aciban ainda fazem a baldeação pelo velho sistema, se quiserem ir ao outro lado da cidade, como os jardins Zaira e Itapeva.




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