O ‘atoshow’ promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) neste feriado de 1º de Maio (Dia do Trabalho) no Paço Municipal de Santo André reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. O evento, que também prestou homenagens ao prefeito assassinado Celso Daniel, teve a presença de lideranças políticas do Partido dos Trabalhadores — como Luiz Inácio Lula da Silva e o pré-candidato ao governo do Estado, José Genoíno — e vários artistas, entre eles, a banda Ultraje a Rigor e o sambista Martinho da Vila. A CUT promoveu outros 10 atos públicos em São Paulo.

Lula, que chegou à cidade de helicóptero, depois de ter participado de outros três eventos, foi aplaudido pela multidão, que empunhava bandeiras do PT e o chamava de presidente. O pré-candidato, disse que sua vitória só faria sentido se fosse para pagar a dívida social que o Brasil tem, segundo ele, com os índios, negros, aposentados, deficientes físicos e mulheres.

Ele classificou como “perversa” a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. "Essa estrutura econômica perversa marginaliza a maioria da população. Se não oferecermos emprego, educação e cultura, a violência oferecerá uma alternativa".

Bem-humorado, o petista fez uma analogia entre a data de seu nascimento e a das eleições. Ele contou que foi registrado no dia 6 de outubro, mas que sua mãe afirma que nasceu no dia 27 do mesmo mês, sugerindo a quem não votar nele no primeiro turno a fazê-lo no segundo.

Em entrevista coletiva antes de subir no palco do evento, Lula defendeu a manutenção da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), dizendo que o governo não pode impor modificações aos trabalhadores e que elas devem nascer de um projeto negociado entre a classe trabalhista e os sindicatos. Segundo Lula, o governo poderia criar um código mínimo que garanta direitos básicos dos trabalhadores, uma vez que, em sua avaliação, os sindicatos estão fragilizados.

Ele disse ainda que o papel dos sindicatos hoje não deve se restringir a a reivindicações, mas sim a apresentação de propostas para geração de empregos, o que, segundo o pré-candidato, é conseqüência, principalmente, de investimentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal em micro e pequenas empresas e na agricultura familiar. Lula defendeu também urgência nas reformas tributária e previdenciária.

Para o pré-candidato do PT, os conflitos entre os partidos de direita (referindo-se ao PFL e ao PSDB) fortalecem o seu partido.