O medo de contaminação pela gripe suína é apontado como uma das causas da queda dos estoques nos bancos de sangue no Grande ABC. A gerente regional da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), Denise Aparecida Coelho Ximenes, afirma que a média, que era de 90 bolsas por dia no mês de agosto, chega a 50.

Boa parte dos postos de coleta da região está dentro de hospitais. "Essa é uma das piores situações que eu já vi. Agosto costuma ser um mês bom, mas as pessoas imaginam que só de pisar no hospital vão se contaminar. Existe uma necessidade urgente de doadores", destacou Denise.

Médica responsável técnica pelo Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma, em São Caetano - administrado numa parceria entre a Colsan e a Prefeitura -, Cássia Regina Sopelete concorda. "A nossa expectativa era de atingir 350 doadores neste mês, mas acho que não vai chegar a 180. Atendemos uma média de até dez doadores por dia, distante dos 40 considerados ideais. Por enquanto os estoques estão normais. Vamos ver daqui a duas semanas", pontuou Cássia.

De acordo com o médico infectologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), Fabio Leal, não existe risco ao doador que se dirige a um hospital, mesmo aqueles que são referência no tratamento da gripe suína, como é o caso do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André.

"O posto de coleta de sangue não é um local de grande aglomeração de pessoas. Os doadores estarão em locais distantes das áreas de isolamento para os contaminados pelo vírus influenza A (H1N1), por isso não há risco de contaminação. Em relação aos outros doadores, presume-se que eles estejam saudáveis, caso contrário não iriam ao posto de coleta", ressaltou Leal.

Além de boas condições de saúde, o doador deve ter entre 18 e 65 anos e pesar acima de 50 kg. Para homens, é possível doar sangue até quatro vezes em um ano, limite que cai para três no caso das mulheres.