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Mesmo sem barracas, famílias vão à prainha da Billings
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
23/02/2003 | 20:10
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O primeiro domingo na prainha do Jardim Nova Canaã, em São Bernardo, após a demolição das 37 barracas que faziam o comércio à beira da represa Billings, foi tranqüilo. Muita gente esteve na prainha, mas os comerciantes não tentaram montar suas barracas novamente nem protestaram pela derrubada, mas algumas pessoas faziam o comércio com caixas de isopor ou em carros estacionados na entrada da prainha.

Na quinta-feira passada uma operação conjunta da Polícia Militar Ambiental, Prefeitura de São Bernardo, Dusm (Departamento Estadual do Uso de Solo Metropolitano) e Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) derrubou as 37 barracas que há mais de 13 anos estavam instalados à beira da represa e atualmente atraíam cerca de 5 mil pessoas nos fins de semana com shows de forró e venda de comidas e bebidas. Neste domingo, algumas pessoas se frustraram ao chegar à prainha e ver o acesso fechado, mas alguns moradores do bairro preferiram o local sem as barracas.

“O povo continua vindo, mas vi uns 200 carros retornarem depois de ver que os acessos estavam fechados e as barracas derrubadas. Continuo vendendo bebidas porque preciso sobreviver, só que o público está menor”, disse o vendedor ambulante José Luiz do Bonfim, 44 anos.

O coordenador de oficina Antônio Vauiris, 33 anos, veio de Campinas a convite de um amigo para conhecer a prainha do Canaã, mas se decepcionou. “Meu amigo me disse que tinham umas barracas e que dava para curtir um forró e comer um peixinho, mas só vi um monte de coisas queimadas.”

Parte das barracas foi queimada na própria prainha na quinta-feira. “A prainha ficou muito feia com essas barracas queimadas. Era melhor ter as barracas aqui assim tínhamos onde comer e beber”, disse o soldador Everaldo da Silva.

Um amontoado de entulho ainda ficou espalhado pelo local. Neste domingo à tarde não havia patrulhamento policial nem começou o replantio nas áreas degradadas, conforme a Prefeitura e a Polícia Militar haviam prometido na quinta-feira.

O segurança Dimas Pereira Rosa, 53 anos, que mora no Jardim Nova Canaã, disse que a demolição das barracas foi a melhor coisa que poderia ter acontecido à prainha. “Moro aqui há seis anos e não conseguia freqüentar a prainha porque ficava muito cheia, era uma bagunçada.”

O vice-presidente da Associação dos Barraqueiros da Prainha Canaã, João Augusto da Silva, o Magrão, disse que os donos das barracas estão dispostos a tentar a regularização para voltar a trabalhar no local. Porém, a prainha pertence à área de manancial de categoria 1, onde, segundo a lei, não é permitido qualquer tipo de construção.




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