Municípios da região passam a contar a partir de hoje com uma CGE (Central de Gerenciamento de Emergências) responsável, entre outros serviços, por realizar o monitoramento das condições meteorológicas na região. O equipamento, que ficará na sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, promete agilizar o trabalho do Corpo de Bombeiros e de equipes da Defesa Civil durante o período de chuvas.

Espelhado em modelos preventivos existentes em capitais do País, incluindo São Paulo, o sistema fornecerá com antecedência informações sobre a quantidade e intensidade das chuvas, assim como sobre áreas onde poderão ocorrer alagamentos.

Para fazer a medição dos dados, a CGE utilizará pluviômetros já instalados nos municípios para registrar e divulgar os dados regionalmente. Os equipamentos são responsáveis por realizar a medição da quantidade e da precipitação de água.

A adoção de um protocolo único de trabalho na realização de ações de prevenção em áreas vulneráveis, incluindo pontos de alagamento e localidades com alta concentração de unidades habitacionais em encostas, também passará a ser possível com a inauguração da CGE.

Embora desconheçam, na prática, os resultados proporcionados pelo trabalho a ser executado pela equipe técnica da CGE, moradores dizem acreditar nos avanços do combate às enchentes na região.

“Se de fato as informações forem antecipadas, como dizem, e eles conseguirem remover as famílias antes de tragédia acredito que irá nos ajudar muito”, afirma a balconista Neusa Lopes, 45 anos, que reside em um cruzamento da Avenida Guido Aliberti, em São Caetano, ponto que todo ano sofre com alagamentos.

Para José Daniel Senna de Andrade, 52, a expectativa é a de que, com um controle mais eficaz da meteorologia, o equipamento possa prevenir desastres similares ao que quase ocorreu ao lado de sua residência em janeiro deste ano. 

Na ocasião, a Prefeitura de Santo André precisou interditar área de risco localizada entre as ruas Mombaça, na Vila Luzita, e a dos Cocais, no Jardim Guarará, onde uma infiltração fez com que o solo cedesse e comprometesse o muro de arrimo do local após uma forte chuva. 

“É preciso prevenir situações como essas que colocam a gente em risco”, afirma.

Com a CGE, a região passará a contar com previsão meteorológica dez vezes mais precisa do que a fornecida atualmente por uma central localizada em Brasília. Ou seja, se antes os dados eram computados em raio de 20 quilômetros, o que deixava falhas, a medição passará agora a ser feita a cada dois quilômetros.

População poderá ter acesso às informações por meio de aplicativo

Atualmente, moradores da região já contam com serviço similar que alerta sobre risco de desastres naturais direto no celular, gratuitamente, por meio de mensagem de texto. O serviço, criado pelo governo federal, está disponível desde o mês passado em todo o Estado de São Paulo.