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Região se prepara para volta às aulas
Kelly Zucatelli e Vivian Costa
17/08/2009 | 07:00
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O recesso escolar termina hoje em todo o Estado de São Paulo e no Grande ABC cerca de 646 mil alunos das redes estadual, municipal e particular de ensino retornarão para as salas de aula. A volta às aulas estava originalmente programada para o dia 3, mas foi adiada para hoje por determinação - no caso das particulares, recomendação - da Secretaria Estadual de Saúde. O objetivo era evitar a transmissão do vírus influenza A (H1N1) causador da gripe suína.

Com duas semanas a mais para se preparar para o retorno dos alunos, a maioria das instituições se adaptou à gripe suína, com medidas preventivas de higienização. Prefeituras e escolas particulares do Grande ABC estocaram álcool gel, papel toalha e sabonete líquido para os banheiros. Mesmo assim, muitos pais continuam inseguros e reticentes em mandar seus filhos para a escola ainda nesta semana.

Segundo a professora Eleuza Guazzelli, da equipe técnica da Cenp (Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas) da Secretaria Estadual de Educação, todas as escolas estaduais foram orientadas a comprar material de higienização. Eleuza salientou que os professores receberam orientações sobre a gripe, os sintomas e medidas de prevenção.

Sem pânico - Para o professor do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) Lino de Macedo, confiar nas orientações já dadas pelos profissionais e autoridades é a melhor maneira de manter a segurança emocional que pais, professores e dirigentes devem ter nesse momento.

"Fenômenos coletivos como essa pandemia caracterizam-se como pânico, mas hoje as pessoas já estão acostumadas com o assunto. Caso aconteça algum caso dentro de alguma escola, os alunos, por menores que sejam, já terão algum conhecimento que remeta a gripe. Os pais devem dar segurança e tranquilidade para os filhos em casa, orientando-os principalmente sobre os cuidados de higiene", explica Macedo.

O psicólogo salienta que tanto os pais quanto os professores não devem garantir para crianças e adolescentes que ninguém terá a gripe. A melhor iniciativa é ser claro. "Uma atitude correta é logo no primeiro dia de volta às aulas os professores conversarem com os alunos sobre o assunto, dando explicações pedagógicas sobre a doença sem ser de maneira alarmante. Após essas orientações, voltar a rotina normal."

O Educandário Santo Antonio, de Santo André, usará fantoches para demonstrar aos alunos do Ensino Infantil os sinais de carinho que não poderão ser usados por enquanto. "Para as crianças de 2 a 5 anos é mais difícil falar sobre as causas da doença, mas podemos explicar as maneiras de prevenção", conta a professora Vera Lucia Negri Marins.

Prefeituras garantem que fizeram sua parte
Nas redes municipais do Grande ABC, cerca de 198 mil alunos voltam às aulas hoje. Segundo as prefeituras da região - exceto Mauá, que não se manifestou -, foram tomadas as medidas possíveis para minimizar o contágio.

As administrações municipais afirmam que as unidades adotaram procedimentos sugeridos pela Secretaria da Saúde, como manter os locais de aglomeração ventilados, solicitar o afastamento de crianças que apresentem sintomas de gripe e exigir que funcionários higienizem as mãos com frequência.

Segundo a Prefeitura de Santo André, todas as escolas e creches receberam orientação da Secretaria da Saúde com relação a procedimentos a serem adotados. O calendário para reposição dos dias letivos já foi apresentado para o sindicato de professores e ainda será discutido. 27

A secretária de Educação e Cultura de São Bernardo, Cleuza Repulho, afirma que, com as ações, espera que todos voltem a estudar sem medo. "A gente está preocupado com o bem-estar dos funcionários e alunos, por isso tomamos todas as medidas necessárias", garante. "Orientamos os pais a não trazerem os filhos que estiverem com coriza, tosse e febre."

Para a reposição de aulas, Cleuza revela que a secretaria tem estudado repor as aulas com o aumento de carga horária. "Acreditamos que será a melhor medida porque aos sábados poderá haver muita falta dos alunos. Se fecharmos isso os alunos deverão ficar uma hora a mais na escola. O período de reposição deverá ir até o início de dezembro."

A rede municipal de São Caetano também está preparada para receber seus 28 mil alunos hoje. Segundo a Prefeitura, todas as providências para evitar a proliferação do vírus influenza A (H1N1) foram tomadas. As 35 gestantes que trabalham na rede municipal serão afastadas ou transferidas temporariamente para cargos administrativos onde não haja contato com o público. Além disso, qualquer funcionário que apresentar estado gripal ficará afastado por, no mínimo, sete dias.

Segundo a Prefeitura de Diadema, as escolas da cidade também estarão abastecidas dos produtos necessários para higienização. Ao todo, 12 professoras gestantes serão temporariamente transferidas.

A administração municipal de Ribeirão Pires garantiu que está pronta para receber seus 6.500 alunos. Segundo a Prefeitura, as escolas irão receber álcool em gel e sabonete líquido.




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